Ele não vai a campo nesta quinta-feira, no Itaquerão. Mas a importância do milionário empresário Fernando Garcia em Corinthians e Penapolense, que se enfrentam pelo Campeonato Paulista, é facilmente perceptível. Até porque a discrição não é um traço da personalidade de Fernando, um dos sócios da Kalunga e que se notabilizou como conselheiro corintiano.
Em Penápolis, onde tem parceria com o clube local para registrar jogadores promissores, ele já é conhecido. Primeiro, por ter auxiliado com investimentos que resultaram na campanha de semifinalista do último Estadual. Segundo, porque põe em prática o verbo da moda para os milionários. Os amigos admitem: Fernando Garcia é ostentação.
O maior exemplo desse estilo de vida é o avião que costuma utilizar para voar da capital paulista ao interior para assistir às partidas do Penapolense. Com peças banhadas a ouro, é avaliado em aproximadamente R$ 70 milhões, segundo funcionários do clube. Eventualmente, se ela está ocupada, o estafe de Garcia também vai a Penápolis com um helicóptero.
No elenco que tentará vencer o Corinthians em Itaquera, os jogadores da Elenko Sports, grupo do empresário, correspondem por quase um time. Nomes como o volante Washington, ex-Palmeiras, Léo, atacante ex-Corinthians, e Sérgio Mota, meia revelado pelo São Paulo, são algumas das apostas. Internamente, a influência dele já ajudou até a derrubar treinador: foi principalmente por desavenças com Fernando Garcia que Narciso, responsável pela campanha de 2014, acabou demitido nas primeiras rodadas.
Se contribui até com o pagamento de bicho em Penápolis, no Corinthians os investimentos de Fernando vão muito além. Graças a empréstimos e outros negócios realizados, ele hoje tem quase R$ 6 milhões a receber do clube em que possui sete jogadores no elenco profissional. É amigo pessoal do deputado federal Andrés Sanchez, também superintendente de futebol corintiano e antigo colega de seu pai, Damião Garcia, ex-presidente do Noroeste-SP.
Andrés, por sinal, já pegou carona na aeronave que costuma dar o que falar. Investigada pela Fifa, a venda do ex-zagueiro corintiano Cléber ao Hamburgo-ALE provocou ruptura de Fernando Garcia com Marcus Sanchez, dono dos laboratórios EMS. A contragosto de seu então sócio, Garcia embarcou um dirigente do clube alemão no avião para a Europa, mas quis dividir a conta. Sanchez, irritado, quebrou a parceria.
O temperamento difícil, apontam funcionários de Corinthians, é uma marca na personalidade de Fernando Garcia e já ocasionou problemas internos no clube. Irritado pela falta de oportunidades para o meia Petros, um de seus clientes, ele teve desentendimento forte com o gerente de futebol Edu Gaspar. A saída do jogador chegou a ser negociada com o então presidente Mário Gobbi, em fevereiro.
No Corinthians com formação titular desta quinta, Uendel e Petros devem representar Garcia dentro de campo. 48 horas depois de vencer a Portuguesa, o time do treinador Tite tentará manter a melhor campanha do Paulista ao lado do Santos. O Penapolense, mesmo com pontuação baixa, é vice-líder do Grupo D e tem chances reais de avançar.
UOL Esporte
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