Classificação em Melbourne mostra grid da Fórmula 1 com quatro divisões

Nem binóculos bastarão para ver a equipe Mercedes neste GP da Austrália. O time apresentou no treino de classificação – a primeira vez em que todos os carros vão para a pista ao mesmo tempo e com o mesmo nível de combustível – uma vantagem ainda maior que o esperado. Foi realmente humilhante. Na primeira parte, o Q1, Lewis Hamiton colocou mais de seis décimos de vantagem sobre o brasileiro Felipe Massa, o melhor do resto, mesmo usando pneus médios contra macios no carro da Williams. No Q3 foi um massacre: 1s4 de vantagem para o inglês. Ouvi Hamilton depois do treino e ele tomou para si alguns décimos dessa diferença. “Honestamente, a volta que eu fiz hoje foi excepcional: tirei tudo do carro e um pouco mais. A vantagem não é tão grande como parece”, jurou.

Atrás da Mercedes existem outras três divisões no grid. A segunda traz uma briga ferrenha entre a Ferrari e a Williams. “Está sendo um duelo difícil com a Ferrari. O carro deles tem um ritmo muito forte, eles melhoraram muito desde 2014”, admitiu Massa, que tem boas chances de subir ao pódio, depois do treino. Sebastian Vettel, que larga logo atrás do brasileiro em quarto lugar, afirma que o time italiano já esperava por este equilíbrio. “Confirmamos que a briga com a Williams será realmente muito apertada, coisa de centésimos de segundo como foi hoje. Nossa principal preocupação é ter uma corrida sem problemas e, depois, tentar tomar a terceira posição para nós”.

A terceira divisão do grid é a mais povoada. A Red Bull ainda se debate com problemas no motor Renault e faz companhia a Toro Rosso, Lotus e Sauber neste pelotão que deve lutar pelas posições posteriores da zona de pontuação. O equilíbrio aqui também é enorme, cerca de três décimos de segundo envolvendo as quatro equipes, que farão um embate interessante na corrida. O único ponto fora dessa equação é o sueco Marcus Ericsson, que acusou a confusão do final de semana e não conseguiu extrair o potencial de sua Sauber. Já o brasileiro Felipe Nasr manteve a cabeça fria e trabalhou muito bem para se classificar em 11º lugar. “Não deixei nada de fora da pista me atrapalhar, não perdi o foco. Sabia que era uma pista nova e que eu precisava pegar a mão o mais rápido possível. Foi o que eu fiz e quase conseguimos chegar no Q3”, celebrou.

De maneira esperada, fecham o pelotão os dois times que menos quilômetros acumularam na pré-temporada. A Force Índia ainda tem muito o que aprender sobre o ajuste fino e o comportamento de seu carro. E a McLaren precisa simplesmente conseguir fazer o carro andar sem problemas num nível aceitável. O time encara o final de semana de abertura como um grande teste e foi para a classificação com o motor ajustado para sofrer o mínimo de estresse possível e isto resultou nas piores colocações num grid de largada de sua história.

Mesmo com a Mercedes sobrando, a corrida promete tanto pelas brigas no meio como pela imprevisibilidade. A história aponta uma possibilidade de 50% de ocorrência do safety car – uma das mais altas da temporada – e isso pode misturar bastante as estratégias. O frio deste fim de verão australiano também será um fator, com a expectativa da temperatura do asfalto baixar até dez graus ao longo da corrida. Se adaptar a estas condições será determinante para um bom resultado.

UOL Esporte

Comentários