Em reunião com o Ministério do Esporte, a diretoria da CBF propôs que um grupo no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) estabeleça as punições a clubes que desrespeitarem futuras regras de pagamento de dívidas. A ideia é parte da iniciativa da entidade de tomar para si as regulações do fair play financeiro e batalhar para a lei de refinanciamento de dívidas ser aprovada pelo governo federal.
Essa manobra da CBF é contrária ao que prega o Bom Senso FC (grupo de jogadores) que deseja incluir as penas por falta de pagamento de débitos dentro da lei de renegociação dos passivos dos clubes. Há uma disputa dentro do governo visto que a legislação foi aprovada no Congresso sem contrapartidas.
Para o vice presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, é papel da CBF estruturas a forma de punição. Por isso, explicou que a intenção seria fazer uma modificação no CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) para incluir as penas por atrasar salários, não quitar parcelas de débitos ou apresentar déficit.
“O código seria modificado e seria formada uma comissão dentro do STJD. Ainda veríamos como seria formada essa comissão. O ministro (Geroge Hilton) recebeu bem a ideia'', afirmou Del Nero.
A CBF já está elaborando as suas regras de fair play financeiro em uma comissão, tanto que esta foi prevista no regulamento geral de competições. Mas o cartola da confederação afirmou que as regras só poderão valer quando for aprovada a lei de refinancimento das dívidas dos clubes. “Tem que resolver o passado antes'', argumentou.
Del Nero ainda fez ataques indiretos ao Bom Senso ao afirmar que a pauta do fair play financeiro foi iniciada por ele na Federação Paulista de Futebol há quatro anos. O regulamento do Paulista, de fato, prevê que times seja punidos com perda de pontos em caso de atraso de salários de jogadores.
Mas não houve sanção até agora a nenhum time em todo esse período. Há seguidas notícias de vencimentos não quitados de atletas. A questão é que o regulamento feito pela FPF prevê que só será tomada alguma medida caso os jogadores denunciem seus times, o que nunca acontece.
UOL Esporte
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