Após duas viradas históricas sobre Corinthians e Flamengo, o Atlético-MG jogou a decisão da Copa do Brasil com vantagem sobre o Cruzeiro, por ter vencido o jogo de ida, no Independência, por 2 a 0, e soube usar o antídoto ao veneno que utilizou contra paulistas e cariocas.
O alvinegro mineiro, mesmo enfrentando uma torcida quase inteiramente adversária, manteve o controle emocional, movimentou-se bastante e venceu o seu principal rival por 1 a 0, com gol de Diego Tardelli, aos 47 min da etapa inicial.
O título, o primeiro da história do Atlético, ainda acaba com um jejum de 43 anos sem ganhar um título nacional. O último foi o Campeonato Brasileiro de 1971.
Foi o clássico mais importante da história entre Cruzeiro e Atlético, porque depois de 22 decisões, pela primeira vez, fizeram uma final de competição nacional.
Ao final, a festa dentro do Mineirão foi de pouco mais de 1.800 torcedores atleticanos, que, em alguns momentos calaram os mais de 40 mil cruzeirenses e fizeram alguns deles saírem mais cedo do Mineirão.
O triunfo atleticano 'abafou' a festa celeste pelo título brasileiro, conquistado três dias antes, na vitória sobre o Goiás, por 2 a 1, no mesmo Mineirão. Além disso, confirmou a superioridade do Atlético, nesta temporada sobre o Cruzeiro, com quatro vitórias diante do arquirrival e três empates.
Fases do jogo: Depois de dominar a maior parte do primeiro tempo, quando desperdiçou ótimas chances para abrir o placar, o Atlético-MG marcou o seu gol, aos 47 min. Dátolo cruzou da esquerda e Diego Tardelli apareceu livre para fazer o gol, que ampliava a vantagem atleticana.
Mesmo jogando como 'visitante', o Atlético-MG tomou a iniciativa em toda a etapa inicial, buscando o ataque com maior apetite do que o rival. O resultado disso foram oportunidades desperdiçadas por Tardelli (duas vezes) e Dátolo. O Cruzeiro teve apenas uma boa chance, no primeiro tempo.
No segundo tempo, o Atlético-MG continuou firme e marcando bem, e sendo perigoso. Já o cruzeiro time não mostrava muito ânimo e viu a festa do rival.
O melhor: Diego Tardelli – Apesar de ter errado muitos passes e desperdiçado duas grandes chances, Diego Tardelli foi o herói atleticano ao fazer o gol da vitória e da confirmação do título.
O pior: Ricardo Goulart – Um dos heróis do título antecipado do Brasileirão, Ricardo Goulart teve atuação apagada e ainda deu condições de jogo a Diego Tardelli no lance do gol atleticano.
A chave do jogo: Jogo ofensivo atleticano – Mesmo com a vantagem conquistada na primeira partida da final, o Atlético-MG entrou em campo com uma filosofia ofensiva de jogo na etapa inicial, visando marcar um gol, que poderia tornar mais fácil o seu caminho rumo ao título. E a equipe atleticana marcou forte e se movimentou bem no ataque. Conseguiu um gol no final do primeiro tempo, que afastou a possibilidade de decisão por pênaltis e o tranquilizou para a etapa final.
Toque dos técnicos:Levir Culpi manteve a mesma postura ofensiva do Atlético, escalando Rafael Carioca, um jogador que sabe sair para o jogo, como segundo volante. Dessa forma, o time atleticano não entrou em campo para segurar vantagem. Já Marcelo Oliveira, não conseguiu dar força ofensiva à sua equipe e quando perdeu o volante Henrique, por contusão, não ousou e optou pela substituição óbvia com a entrada de outro jogador da posição. Só na última alteração, após os 30 min, que ele tirou Ceará para a entrada de Júlio Baptista, deslocando Willian Farias para a lateral.
Para lembrar:
Relaciona, mas não joga. Marcelo Oliveira e Levir Culpi relacionaram titulares em recuperação de lesões, mas ambos deixaram esses atletas até mesmo fora do banco. Pelo lado celeste, o lateral direito Mayke, com edema muscular, desfalcou o time, enquanto no alvinegro mineiro, o meia-atacante Guilherme não confirmou a expectativa e também ficou fora.
Chuva deu trégua. A previsão de que haveria chuva forte durante o jogo final não se concretizou. Depois de cair muita água pela manhã e à tarde, o tempo melhorou, o que ajudou a deixar o gramado em condições melhores em relação ao jogo em que o time celeste confirmou o título brasileiro, domingo passado, na vitória sobre o Goiás, por 2 a 1. Levir Culpi, no entanto, não gostou do piso: "A chuva deu tempo, mas o gramado não está bom".
Cruzeiro de branco e Atlético com uniforme tradicional. O Cruzeiro deixou de lado seu uniforme principal, a camisa azul, para jogar com o uniforme todo branco, o mesmo usado na goleada por 6 a 1 sobre o rival, em 2011, que o livrou do rebaixamento. Já o Atlético-MG entrou em campo com o seu uniforme tradicional, camisa preta e branca, além de calções negros.
Mineirão não lotou.A exemplo do que aconteceu no Independência, há 15 dias, quando o Atlético foi mandante, o jogo desta quarta-feira, que teve ingressos a preços salgados, não lotou o Mineirão. Durante os dias que antecederam o grande clássico, houve muita polêmica entre as duas diretorias sobre número de ingressos para os atleticanos e também os valores cobrados.
Torcedor celeste deu trabalho à PM. Aos 38 min do primeiro tempo, um torcedor cruzeirense se envolveu em confusão com policiais militares e foi preso. Outros celestes tentaram impedir a prisão, que acabou efetiva, depois da mobilização de vários soldados.
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