Na última segunda, o Conselho Deliberativo do Palmeiras definiu Paulo Nobre e Wlademir Pescarmona como candidatos à presidência do clube (Luiz Carlos Granieri não conseguiu aprovar sua chapa) e deu a largada para a fase mais acirrada da campanha eleitoral. O primeiro a sofrer as consequências é o dirigente remunerado do clube José Carlos Brunoro.
Antes mesmo da votação no conselho, aliados de Nobre asseguravam a quem perguntava sobre o assunto que Brunoro não permanecerá no cargo num eventual segundo mandato do atual presidente. O profissional é considerado um dos principais culpados pela má campanha do time no Brasileiro e há quem ameace não votar em Nobre com medo de sua permanência. Por isso o núcleo duro da campanha do presidente trata como certa sua saída no final do ano.
Mas não é o suficiente. Muitos conselheiros insistem para que ele seja demitido já. Afirmam que sua presença pode enfraquecer a campanha de Nobre e que eventuais ataques da oposição a ele podem atingir o time. Se atletas contratados por Brunoro forem criticados, por exemplo. Por isso, a pressão por sua saída imediata já aumentou nas primeiras horas da nova fase da campanha. No dia 29 de novembro, os associados do Palmeiras escolherão o presidente do clube.
A ação mais contundente contra Brunoro foi do conselheiro Mauro Marques. Ele enviou um e-mail ao presidente do Conselho Deliberativo, Antônio Augusto Pompeu de Toledo com perguntas sobre o contrato do dirigente. Marques indaga se a Brunoro Sports pode assinar contrato com outro clube e se a mesma assinou com o Taubaté, da Série A-3 do Campeonato Paulista. Pergunta ainda se isso não configuraria conflito de interesses.
“Eu não trabalho para o Taubaté. A minha empresa é que está desenvolvendo um estudo para o Taubaté para apresentar um projeto visando o ano que vem. Eles vão analisar e decidir se querem que a empresa toque o projeto em 2015. Hoje, minha participação na empresa é mínima, só em casos pontuais. E não há conflito de interesses porque o Taubaté não joga na mesma divisão que o Palmeiras”, disse Brunoro ao blog.
Marques também perguntou se a multa para o Palmeiras rescindir o contrato de Brunoro é igual a dois meses de salário. O compromisso termina em dezembro e, se a multa for realmente essa, como afirmam conselheiros, afastar o funcionário no fim de outubro ou no final do ano daria no mesmo em termos financeiros.
Porém, a avaliação dos colaboradores de Nobre é de que demitir Brunoro agora seria dar brecha para a oposição dizer que o afastamento foi eleitoreiro e que a diretoria manteve um funcionário que não estava agradando.
Procurada pelo blog, a assessoria de imprensa do Palmeiras afirmou que o trabalho de todos os funcionários e diretores será avaliado ao final da gestão. “Não conversei com o presidente sobre meu futuro, não tem nada definido”, declarou Brunoro.
Outra pergunta feita por Marques é se o curso de gestão esportiva administrado por Brunoro atrapalha sua carga horária no Palmeiras. “Se o alunos do Brunoro fizerem ao contrário do que ele ensina, terão sucesso no futebol'', cutucou Marques ao ser indagado pelo blog. Veja abaixo o e-mail enviado pelo conselheiro ao presidente do órgão.
Ao
Presidente Conselho Deliberativo SEP
Dr Antonio Augusto Pompeu
Venho através da presente solicitar se possível as seguintes informações:
1- Se consta no contrato de José Carlos Brunoro através da empresa Brunoro Sports que o mesmo pode assinar contrato com outro clube de futebol.
2- Se confirma a informação de que a empresa acima assinou contrato para gestãoo do E.C.Taubate e se nao tem conflito de interesses.
3-Se confirma a informação de que o contrato acima encerra em dezembro 2014 com multa rescisória de 2 meses de salarios.
4-Se o curso Master Brunoro Futebol,atrapalha a carga horária do CEO do nosso Palmeiras.
Atenciosamente
Mauro Marques
Conselheiro
Sociedade Esportiva Palmeiras
UOL Esporte
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