A arbitragem do Campeonato Brasileiro, finalmente, passou uma rodada sem marcar (ou deixar de fazê-lo) pênaltis claros. Ponto positivo. O problema é que, ao mesmo tempo, os homens do apito fecharam o fim de semana com um erro crasso no jogo entre Santos e Goiás, cujo comando era de Héber Roberto Lopes.
O lance aconteceu dois minutos depois do Santos fazer 2 a 0. Esquerdinha tentou de longe, a bola bateu no travessão e entrou muito no gol do Santos, mas bateu no chão e saiu. Para confirmar, David, que estava impedido, colocou para dentro de cabeça. Foi aí que o quinteto comandado por Héber Roberto Lopes decidiu anular a jogada, alegando impedimento.
O erro chama atenção pelo posicionamento de Ricardo Marques Ribeiro, auxiliar que estava atrás do gol. Como é possível ver na imagem abaixo, ele está de frente para a bola quando ela entra na meta santista, e mesmo assim não aponta que foi gol.
Um detalhe inusitado do auxiliar em questão é que ele estava trabalhando menos de 24 horas depois de ter sido o árbitro principal do jogo entre São Paulo e Fluminense, no Morumbi, que ocorreu no sábado.
Na escala da CBF, é possível ver que dos seis responsáveis (juiz, dois bandeirinhas, dois auxiliares e o quarto árbitro) pela arbitragem dos dois jogos, quatro trabalharam dobrado. Héber, árbitro principal no domingo, foi auxiliar de fundo no sábado, enquanto Ricardo Marques Ribeiro fez o caminho inverso. Cleisson Veloso Pereira, auxiliar de fundo no Morumbi, foi quarto árbitro no Pacaembu, trocando de posto com Renato Cardoso da Conceição.
O erro foi a nota triste de uma arbitragem que fazia um fim de semana quase perfeito após uma semana turbulenta. Na última quarta, o chefe de arbitragem da Fifa, Massimo Busacca, corrigiu a CBF na aplicação da regra da "mão na bola", dizendo que a orientação dada era diferente da aplicação que vinha sendo feita pela confederação.
Sérgio Correa, diretor de arbitragem da CBF, rebateu que a entidade só estava seguindo uma indicação de Sergio Larrionda, ex-árbitro que palestrou para os brasileiros como oficial da Fifa. A confusão expôs os juízes, que ficaram no centro da polêmica e falaram em paralisar o campeonato. A ameaça foi feita pela Anaf (Associação Nacional de Árbitros de Futebol), por meio de nota oficial no site do órgão.
Neste fim de semana, os pênaltis, grande dilema dos juízes, não foram uma pedra no sapato. Ao todo, foram marcados três nos dez jogos da rodada do Brasileirão. Em todos, os árbitros não foram questionados.
UOL Esporte
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