O São Paulo engatava uma melhora de desempenho e uma resposta às críticas quando subiu ao gramado do Morumbi no último dia 13, para enfrentar o mesmo Bragantino que vencera por 2 a 1 fora de casa e garantir a classificação às oitavas de final da Copa do Brasil. O time, irregular, chegou a seu ponto mais baixo na temporada: perdeu de virada, por 3 a 1, com atuação vexatória. O que era um início de namoro com a crise, no entanto, virou o ponto de partida para uma reviravolta. E não foi por mágica ou sorte.
Hoje o São Paulo é vice-líder do Brasileirão e dá os primeiros sinais de encantamento daquilo que a equipe badalada, com Kaká, Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato, pode fazer. A partir do dia seguinte à eliminação na Copa do Brasil, mudanças dentro e fora do campo no São Paulo transformaram o time da crise no principal concorrente do Cruzeiro, que hoje parece tão à frente dos demais, na ponta do Brasileirão. Veja o que mudou no São Paulo, do dia 14 ao dia 24, último domingo, quando venceu o Santos por 2 a 1, no Morumbi.
1. Reunião com a diretoria
Na sexta-feira, último dia 15, dois dias após a derrota para o Bragantino o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro reuniu comissão técnica e elenco no CT da Barra Funda, antes do treino pela manhã, para conversa. Cobrou reação e disse que o nível de desempenho da equipe, tão irregular e sem brilho, estava em descompasso com o investimento realizado durante o primeiro semestre. O objetivo do dirigente foi transmitir a mensagem que a reação teria, obrigatoriamente, que começar contra o rival Palmeiras, na partida seguinte.
2. Último reforço
Não tão influente, o São Paulo ganhou seu último reforço após o revés contra o Bragantino. Michel Bastos, lateral esquerdo titular da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, foi incorporado ao elenco. Apesar de ter contribuído pouco em campo, o jogador de 31 anos serviu para que Muricy Ramalho tivesse uma alternativa a Kaká, para comandar treinos e realizar substituições, como aconteceu contra Internacional e Santos.
3. Pato não é ponta
Muricy Ramalho entendeu, de fato, que o melhor para o São Paulo era ter Alexandre Pato desprendido das responsabilidades defensivas. O técnico o tirou definitivamente da ponta – porque Pato não consegue fazer a marcação ao lateral adversário da melhor forma, e porque isso atrapalha seu desempenho ofensivo. Pato hoje joga no centro, sem acompanhar o lateral, e com liberdade para rodar o ataque.
4. Novo esquema tático
Muricy trocou, então, os pontas por dois meias. O desenho do 4-2-3-1 não mudou muito. Agora, no entanto, não há mais dois extremos nas laterais do ataque e um meia entrando pela faixa central. Atrás do centroavante, neste momento, então dois meias – Kaká e Ganso – que fecham o centro com a posse de bola e marcam pelas laterais do ataque sem a bola, fazendo aquilo que os pontas faziam. Pato, agora, está livre da marcação, ligeiramente atrás de Kardec, caindo um pouco mais pelo lado esquerdo.
A mudança no desenho, que parece tão sutil, foi o que Pato precisava para evoluir. Foi bem em todas as partidas do São Paulo desde que adotou o novo posicionamento.
5. Paulo Miranda não vai para o Barcelona
A entrada de Paulo Miranda na lateral direita, desde a partida contra o Palmeiras, acertou a defesa do São Paulo. O jogador, que desde 2012 convive entre o banco de reservas e as sequências esporádicas no time titular, deu segurança ao setor que antes contava com Douglas – que será jogador do Barcelona. Zagueiro de origem, Paulo Miranda dá mais segurança para que Alvaro Pereira, pelo lado esquerdo, consiga avançar de forma mais confortável.
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