Jogadores do Cruzeiro sobem em ônibus para saudar torcedores no aeroporto de Confins
Impulsionado pela boa campanha no Brasileirão do ano passado, o Cruzeiro teve uma arrecadação bruta de R$ 73 milhões com a torcida. A expectativa do departamento de marketing é de aumentar esse faturamento entre 30% e 40% nesta temporada e chegar próximo dos R$ 100 milhões com o torcedor nesta temporada.Neste patamar, o clube manterá o time competitivo e menos dependente da TV Globo.
A conta da diretoria é baseada no aumento de adesões do programa Sócio do Futebol. Somente em 2014 foram 14 mil novos associados e ainda há perspectiva de crescimento com a sequência da temporada, assim como a bilheteria que já gerou mais de R$ 18 milhões em renda bruta e ainda deve aumentar significativamente com os 12 jogos restantes como mandante no Brasileirão e as partidas decisivas da Copa do Brasil.
Assim, o torcedor celeste se consolida como a principal fonte de renda para o clube, superando até mesmo as cotas de televisão. No ano passado, a receita líquida (deduzindo os custos com o estádio e a manutenção com o programa de sócio) com o torcedor, somada a premiações, foi de R$ 63 milhões contra R$ 60 milhões dos direitos de transmissão. A expectativa é que essa diferença se torne ainda maior sem a necessidade das premiações serem incluídas nessa mesma conta.
Diretor do departamento de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa destaca a capacidade de crescimento das receitas com o torcedor e o papel dos cruzeirenses na reconstrução da equipe, que está brigando no topo do Brasileirão nas duas últimas temporadas.
"Podemos projetar um aumento entre trinta e quarenta por cento das receitas com o torcedor. Hoje o sócio é o principal responsável pela equalização financeira do Cruzeiro, que permite ao presidente Gilvan (de Pinho Tavares) montar esse time, fazer contratações e bancar a folha salarial", disse Marcone Barbosa.
Na visão dos dirigentes cruzeirenses, o investimento do torcedor no futebol tornou-se fundamental para o time celeste conseguir competir contra os clubes de São Paulo e Rio de Janeiro, que possuem orçamentos maiores e recebem mais de patrocinadores e principalmente da televisão.
Um exemplo é o Corinthians, que é um dos concorrentes do time celeste ao título do Brasileirão. A equipe paulista arrecadou R$ 102,5 milhões da Globo e do pay-per-view contra R$ 60 milhões do time celeste. A Caixa Econômica Federal, que é a patrocinadora máster dos paulistas, pagou cerca de R$ 30 milhões no ano passado ante R$ 12 milhões do BMG ao Cruzeiro.
Em razão disso, o gerente de futebol do clube celeste, Valdir Barbosa, destaca a importância da criatividade na geração de receitas extras. "O Cruzeiro teve um trabalho forte na área do sócio torcedor. O advento do Mineirão foi muito bom também, porque deu conforto aos torcedores e proporcionou o aumento do preço dos ingressos e em contrapartida formamos um time mais forte e isso tudo alavancou a administração do clube, que é campeão brasileiro e atual líder", afirmou.
No entanto, o dirigente ainda se mostra preocupado com o futuro do futebol brasileiro e espera uma revisão na distribuição dos direitos de transmissão nos próximos anos. Ele crê que a tendência é de que com a estabilização financeira dos outros clubes e os próximos reajustes contratuais com a TV, a distância financeira só aumente entre os times do primeiro e segundo bloco.
"Acho que algo tem que ser revisto, de alguma forma. Corinthians e São Paulo, por exemplo, são do estado de São Paulo e já possuem um privilégio comercial por isso. Além disso, têm o privilégio do dinheiro da televisão pela força de torcida. Acho que tem que ter o privilégio, mas não pode exagerar demais. Nós lutamos com dificuldades para conseguir bons patrocinadores e nunca chegamos perto daquilo que eles conseguem", ressaltou o dirigente.
UOL Esporte
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