Há alguns dias, a seleção feminina de rúgbi da Inglaterra atingiu um feito histórico: conquistou o Mundial e acabou com um jejum de 20 anos, encerrando uma série de três derrotas seguidas em finais para a Nova Zelândia. Mas a realidade da equipe está longe do esporte profissional. As jogadoras têm outros empregos e precisam da compreensão dos patrões para treinar. Treinos que, em sua maioria, são individuais, já que elas vivem em diferentes lugares do país.
Sophie Hemming é veterinária. Marlie Packer é encanadora. Emily Scarrat é professora. Todas são campeãs mundiais, mas dois dias depois do título estavam com seus uniformes nos empregos de origem.
"Gosto do meu emprego, mas seria um sonho poder me dedicar exclusivamente ao rúgbi durante alguns anos", contou Packer ao The Telegraph. Como isso ainda não acontece, ela fez questão de levar sua medalha de ouro na primeira casa onde foi consertar um vaso sanitário.
Sophie Hemming enfrentou uma dificuldade ainda maior em compromisso pela liga inglesa. Ela perdeu 60 minutos de jogo porque, pouco antes de a partida começar, recebeu um chamado de emergência para trabalhar no nascimento de um bezerro.
A vida na seleção também não é simples. A técnica Gary Street passa o ano percorrendo toda a Inglaterra para encontrar as jogadoras e aplicar treinos individuais em suas cidades. Os treinamentos coletivos são minoria.
Outra coincidência que as une é o preconceito. O rúgbi é popular na Inglaterra, mas muito ligado aos homens. Elas dizem que o reconhecimento está crescendo, e avisam que, embora seja um esporte duro, não abrem mão de um toque feminino, mesmo se a profissionalização acontecer. "Eu ainda quero me sentir bonita em um vestido, e outras jogadoras pensam o mesmo", disse a professora Emily Scarrat.
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