Red Bull, Ferrari e McLaren na frente da Williams. Mas Massa está otimista

Lewis Hamilton conduz sua Mercedes durante treino livre para o GP da Alemanha

O primeiro dia de treinos de Felipe Massa e Valtteri Bottas, a dupla da Williams-Mercedes, em Hockenheim, Alemanha, não foi como esperavam, depois do ótimo desempenho nas três últimas etapas do campeonato. "Precisamos trabalhar mais no acerto do carro", disse Massa, autor do sexto tempo, 1min19s024. Bottas ficou em décimo, 1min19s385.

A proibição do Fric, sistema hidráulico destinado a ajudar o equilíbrio do carro nas frenagens, acelerações e curvas, parece não ter afetado a Mercedes, principal razão de a FIA não mais permitir o recurso a partir deste fim de semana.

O plano de enfraquecer a Mercedes não deu certo, ao menos no primeiro momento. Lewis Hamilton estabeleceu o melhor tempo do dia, 1min18s341, e seu companheiro e líder do Mundial, Nico Rosberg, o segundo, 24 milésimos mais lento.

Massa explicou o comportamento um tanto desequilibrado do modelo FW36-Mercedes nas 17 curvas do traçado de 4.574 metros. "A mudança na suspensão, claro, é uma mudança no acerto do carro." Em outras palavras, a retirada do Fric, que atuava exatamente nas suspensões, implicou rever a maneira como a equipe acerta o competitivo modelo FW36.

"Nós evoluímos muito do treino da manhã para o da tarde, estou contente com a melhora do carro, e temos ainda um dia (o treino livre de amanhã de manhã) para trabalhar. Espero ter um carro mais equilibrado ainda amanhã e na corrida, pensando que domingo pode ser um dia diferente, no molhado", disse Massa.

A previsão é de que o intenso calor continue amanhã, quando será definido o grid da décima etapa do calendário. Nesta sexta-feira a temperatura atingiu, à tarde, 33 graus, e o asfalto, 58 graus. Mas deve cair no domingo, com possibilidade de chuva durante a prova.

A Williams foi a segunda força das duas últimas provas, Grã-Bretanha e Áustria, mas deve enfrentar adversários mais preparados em Hockenheim. Ainda que hoje tenha sido apenas um treino livre e portanto os tempos têm representação relativa, Daniel Ricciardo, da Red Bull, por exemplo, registrou a terceira melhor marca, a 102 milésimos de Hamilton. E a seguir vieram Kimi Raikkonen, Ferrari, quarto, e Kevin Magnussen, McLaren, quinto. Só então aparece Massa, a 683 milésimos de Hamilton.

O ótimo treino de Ricciardo mereceu a análise de Massa. "Difícil dizer se o fim do Fric tem a ver com o bom resultado da Red Bull, eles têm um carro que economiza muito bem o pneu, por gerar mais pressão aerodinâmica, estamos numa pista de temperatura bastante alta, tudo isso ajuda eles. Mas a Mercedes com Fric ou sem Fric é o melhor carro do grid."

Bottas cedeu seu carro para Suzie Wolff, esposa do sócio da Williams e sócio e diretor da Mercedes também, Toto Wolff. Suzie completou 22 voltas. Com a Williams carregando pelo menos 40 quilos a menos de gasolina da maioria, segundo fonte, obteve o 15.º tempo. O que não deixa de ser um resultado bem acima das expectativas.

À tarde foi a vez de Bottas acelerar o mesmo carro e unidade motriz, motor e os dois sistemas de recuperação de energia, usado por Suzie. Uma curiosidade: Bottas havia pilotado em Hockenheim apenas no primeiro treino livre da edição de 2012, no lugar de Bruno Senna.

O finlandês estava menos satisfeito que Massa: "Temos muito o que fazer para melhorar o carro. Do jeito que está teremos um fim de semana bem difícil. Na minha simulação de corrida os pneus traseiros acabavam muito rápido". A Pirelli levou para a Alemanha os pneus supermacios e os macios. Com o calor arrasador em Hockenheim, completar dez voltas seguidas foi um desafio.

O piloto local, o tetracampeão do mundo, Sebastian Vettel, da Red Bull, manteve a tradição de não obter um bom resultado em Hockenheim, circuito distante meia hora de carro de Heppenheim, sua cidade. Ficou apenas com o oitavo tempo, cerca de dois décimos mais lento que o companheiro, Ricciardo.

As arquibancadas do autódromo estavam praticamente vazias hoje. Nem no período em que a Alemanha não tinha pilotos de sucesso na F1, antes do fenômeno Michael Schumacher, em 1991, o desinteresse pelo evento era tão grande. Em Spielberg, na Áustria, e Silverstone, Inglaterra, o público foi excepcional todos os dias.

Questionado sobre o tema, Massa respondeu: "Acho que eles estão tomando cerveja, comemorando a conquista da Copa do Mundo. Sem dúvida a gente estaria fazendo o mesmo se o Brasil tivesse sido campeão."

UOL Esporte

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