Neymar e Dante disputam bola na corrida no último trabalho do Brasil antes do jogo contra Camarões, em Brasília
O Brasil das duas primeiras rodadas da Copa do Mundo foi criticado em vários aspectos ao longo dos últimos dias, mas nem só de maus momentos viveu a seleção contra Croácia e México. Destaques positivos do time, Neymar, Thiago Silva, David Luiz e Luiz Gustavo chegam ilesos ao terceiro jogo, mas precisam contagiar os colegas para não morrerem abraçados.
Os quatro são as únicas unanimidades da seleção brasileira até agora na Copa. Enquanto os demais oscilam ou simplesmente não vão bem, eles se destacam até em relação às demais seleções.
Neymar é o mais indiscutível de todos. O camisa 10 do Brasil, além de ter marcado dois gols, é quem mais chuta (7), quem mais cruza (13) e quem mais recebe na área adversária pela seleção (5). Contra o México, especialmente, a falta de companhia fez com que o atacante tentasse muitas jogadas sozinho. Não por acaso, ele também é quem sofre mais desarmes (13).
Dos seus companheiros de criação, só Oscar não foi uma decepção, e mesmo assim apenas na estreia contra a Croácia. Paulinho errou passes demais, Hulk ficou apagado em uma função defensiva quando esteve em campo e Ramires não agradou Felipão, que o sacou no intervalo contra o México.
Esse acúmulo de jogadores que não brilham atrapalha, além de Neymar, Luiz Gustavo. O volante, quase o oposto do camisa 10 pelo estilo discreto e voltado à marcação, é o jogador do Brasil que mais fica com a bola no pé. Foram 8 km percorridos com a posse durante dois jogos e outros 7,2 km sem ela, com o mapa de calor mostrando o quanto o volante se desdobra na cobertura dos laterais.
Por fim, se salvam também os dois zagueiros. O Brasil recuperou, ao todo 76 bolas durante os dois jogos, enquanto a média de todo o torneio é de 57,3. Só Thiago Silva e David Luiz, juntos, são responsáveis por 26 dessas roubadas, ou mais de um terço do total.
Só que todos esses números não garantiram, ao menos até agora, resultados melhores para o Brasil. O trio defensivo, com uma ajuda relevante de Júlio César, contentou-se em não deixar a seleção ser vazada. Neymar, por sua vez, não conseguiu furar o bloqueio do México sozinho.
Nesta segunda, os quatro precisam mais do que nunca da ajuda dos companheiros. Uma derrota, dependendo da combinação de resultados, pode tirar a seleção de maneira vexatória ainda na primeira fase. Para vencer sem problemas, porém, o Brasil provavelmente precisará de mais do que quatro destaques.
UOL Esporte
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