Islam Slimani, da Argélia, comemora o primeiro gol de sua seleção contra a Coreia do Sul, no Beira-Rio
Poucos poderiam imaginar que um jogo entre Argélia e Coreia do Sul teria tantos gols. Mas o placar de 4 a 2 em favor dos africanos mostra que essa Copa tem realmente alguma coisa de diferente. Com uma agressividade incomum, a Argélia se tornou o primeiro time africano a marcar quatro vezes na mesma partida na história nas Copas. A Coreia reagiu no segundo tempo e seus torcedores voltaram a sonhar. Em vão: os argelinos, muito aplicados taticamente, conseguiram se segurar no Beira-Rio.
A vitória deixa o time africano na segunda posição do grupo H, com um pé nas oitavas. Eles agora jogarão a classificação com a Rússia na última rodada. Os coreanos, embora não estejam eliminados, terão muito mais dificuldades já que pegarão a favorita Bélgica e já não dependem mais apenas de seus próprios resultados.
Fases do jogo: A Argélia começou o jogo com espírito bastante ofensivo, dominou o meio-campo e criou todas as oportunidades de gol da primeira etapa. Os primeiros tentos saíram com um intervalo de dois minutos, graças a falhas coletivas e individuais da defesa coreana. Mesmo vencendo, os africanos não pararam de atacar e ainda chegaram ao terceiro antes do intervalo.
A segunda etapa prometia um jogo completamente diferente porque os coreanos adiantaram a marcação e começaram a assustar. O gol precoce dos asiáticos deu alguma esperança, mas os africanos responderam logo depois, com um golaço fruto de intensa troca de passe na entrada da área. A partida ficou aberta, com os dois times se atacando, os coreanos não dispostos a desistir, mas a qualidade técnica dos argelinos falou mais alto no final.
O melhor: Brahimi. O volante argelino cumpriu bem suas funções defensivas e ainda apareceu como opção no ataque. Chegou como elemento surpresa no quarto gol e completou com categoria tabelinha com seus companheiros.
O pior: Yong. O goleiro coreano esteve inseguro e falhou de maneira infantil em um dos gols argelinos. Ele passava tanta insegurança que os adversários perderam o respeito e começaram a arriscar de fora da área.
Chave do jogo: a confusa defesa coreana. Os zagueiros e o goleiro coreano bateram cabeça diversas vezes durante a partida. Falhas individuais e coletivas geraram os primeiros gols dos argelinos. Os africanos fizeram o que quiseram na área, principalmente na primeira etapa.
Toque dos técnicos: O bósnio Vahid Halilhodzic anunciou antes da partida que não continuará no comando da Argélia depois da Copa. Mas ele parece querer deixar uma boa impressão antes de se despedir. Diferente do jogo anterior, escalou um time ofensivo (dizem que a pedido do próprio elenco) e teve o mérito de não recuar demais mesmo vencendo.
Para lembrar:
Recorde africano. Foi a primeira vez que um time africano marcou quatro gols em um jogo de Copa do Mundo. A Argélia também não balançava a rede três vezes em Mundiais desde 1982.
Agressividade x passividade. Os números no primeiro tempo mostram a superioridade argelina logo de cara. Em 45 minutos, foram 12 chutes a gol contra nenhum da Coreia. No segundo tempo, os asiáticos chutaram nove vezes contra três dos rivais.
Bandeira suspenso. O trio de arbitragem colombiano atuou desfalcado de um dos bandeirinhas, Humberto Clavijo, que foi suspenso pela Fifa após anular erroneamente dois gols do México na primeira rodada. Em seu lugar, bandeirou o equatoriano Christian Lescano.
Pênalti não dado. A Argélia ainda podia ter saído com mais gols da partida, já que o árbitro não marcou um pênalti claro nos africanos ainda no primeiro tempo. Mais um erro de arbitragem na Copa.
UOL Esporte
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