A Procuradoria-Geral de Portugal confirmou, nesta quarta-feira, que está investigando Luiz Felipe Scolari, técnico da seleção brasileira. Em um comunicado oficial, o órgão disse ainda que, além dos Estados Unidos, pediu ajuda às autoridades brasileiras na apuração.
"Nós confirmamos que Luiz Felipe Scolari foi nomeado suspeito em uma investigação que está sendo conduzida. O inquérito apura fatos ocorridos entre 2003 e 2008 relacionados a possíveis infrações na lei tributária", disse a Procuradoria.
Felipão é acusado de ter sonegado mais de 7 milhões de euros no período em que esteve no comando da seleção de Portugal. Os promotores europeus entraram em contato com seus colegas brasileiros porque parte das movimentações do técnico envolveu contas nos bancos Santander e Bradesco no país.
Além do Brasil, Portugal também pediu ajuda aos EUA, como foi revelado na última terça, e a Holanda e Reino Unido, de acordo com a agência Reuters. A inclusão dos dois países europeus se deve ao fato de que as empresas Chaterella e Flamboyant, usadas para receber a verba nas contas sediadas em Miami, estão sediadas na Inglaterra e na Holanda, respectivamente.
Felipão é o personagem principal do inquérito aberto entre 2008 e 2009. Os portugueses suspeitam de que o técnico recebeu cerca de 7,4 milhões de euros (mais de R$ 22 milhões, em valores atuais) por meio das duas empresas, que assinaram os contratos de cessão dos direitos de imagem do treinador como beneficiárias e receberam a verba em uma conta em Miami.
O caso foi encaminhado aos EUA em 2012, mas só nos últimos dias a Promotoria da Flórida, nos EUA, aceitou prosseguir com a investigação em solo americano. Parte da documentação trocada entre os dois países, às quais o UOL Esporte teve acesso, foi divulgada pelo site OffShoreAlert.
No documento em que nomeia um promotor para cuidar do caso de Felipão, o procurador-geral do Distrito Sudeste da Flórida, Wilfredo Ferrer, diz ter sido informado pelo Fisco português de que o técnico só declarou 255 mil euros (R$ 774 mil) em direitos de imagem entre 2003 e 2008.
A reportagem entrou em contato com a Receita Federal do Brasil, mas o órgão disse que não comentará qualquer investigação. O Ministério Público Federal também foi procurado, mas ainda não respondeu a solicitação.
UOL Esporte
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