Durante parte da preparação do Brasil para receber a Copa do Mundo de 2014, a cidade de Natal e a Arena das Dunas foram apontadas durante anos como a sede mais preocupante quanto ao andamento das obras. Sem interrupções, adiamentos e seguindo estritamente o projeto elaborado, o novo estádio foi inaugurado meses antes de outros como a Arena da Baixada, a Arena Corinthians e o Beira-Rio. No entanto, o próprio secretário estadual da Copa em Natal, Demétrio Paulo Torres, admitiu nesta segunda-feira que a capital potiguar não tem futebol para viabilizar uma praça esportiva do tamanho da construída, apesar de ter dois times reconhecidos nacionalmente: América-RN e ABC.
Torres afirmou, porém, que a Arena inaugurada no último dia 26 de janeiro se sustentará e não se tornará um temido "elefante branco", um dos maiores receios levantados sobre as sedes do Mundial que não possuem clubes de destaque nas primeiras divisões do futebol brasileiro.
Estádio vem sendo testado com frequência na Copa Nordeste e Campeonato Potiguar
"Era uma oportunidade muito boa para desenvolver uma das principais atividades econômicas do estado, que é o turismo", argumentou o secretário, que continuou: "a gente não podia perder a oportunidade. Foi aí que adaptamos o projeto não só da Arena, mas da Copa como um todo. A gente desenvolvel um projeto de forma profissional, pois precisávamos de um plano de uma arena, um estádio que fosse viável para Natal, uma cidade em que o futebol é muito fraco".
Demétrio Torres explicou a estratégia elaborada que tornará a praça esportiva viável. De acordo com ele, tanto América-RN quanto ABC - que possui seu próprio estádio na cidade, o Frasqueirão - assinaram um contrato para realizar seus principais jogos durante a temporada na Arena das Dunas, que já é o endereço mais conhecido do Rio Grande do Norte na visão do secretário.
"A nossa arena é realmente multiuso. Tem espaço para eventos, restaurantes, bares, academia, loja e serviços de um modo geral. Na verdade, nós produzimos um equipamento com essa gama toda de utilidade. Para ter uma ideia, estamos vislumbrando a possibilidade de fazer eventos pequenos, médios e grandes, ou seja, eventos que vão de 200 pessoas a 40 mil", contou Torres.
O secretário já considera a Arena um sucesso do ponto de vista comercial, pois a agenda para a realização de eventos de diferentes dimensões no local depois da Copa do Mundo já está cheia. "Isso é importante, porque temos uma deficiência deste tipo de equipamentos. Fora da Arena também tem mais 22 mil metros quadrados para fazer eventos", lembrou.
Espaço externo amplo pode ser usado para shows e eventos
Para este amplo espaço, construído para dar vazão ao público na chegada e saída da Arena, existe a expectativa da realização de grandes shows de artistas como Ivete Sangalo, mas também para eventos como o lançamento de modelos de carro, os quais já aconteceram no local desde janeiro deste ano.
Com um projeto bem estabelecido para a viabilização da Arena além do futebol local e da Copa do Mundo, restou a recorrente pergunta levantada em quase toda conversa sobre o maior evento esportivo do mundo: o que o Mundial deixará de legado para Natal?
"O grande legado foram os projetos que Natal e o Rio Grande do Norte tiveram pelo fato da capital ser cidade sede. Independente deles ficarem prontos até a Copa, os recursos estão assegurados. O legado já existe pela garantia dos recursos", disse Torres. De acordo com ele, assim que a Copa for encerrada haverá a implantação de uma via expressa que ligará duas partes de Natal. Outra obra planejada é a duplicação da BR-304, rodovia que liga Natal ao interior do estado e principal ligação com Fortaleza.
Ligado ao governo do estado do Rio Grande do Norte, Demétrio Torres espera que as demais autoridades locais cumpram com as responsabilidades assumidas até a Copa do Mundo, como obras viárias no entorno da Arena das Dunas. Entre ela e a Avenida Senador Salgado Filho é possível observar a contrução de um viaduto em estágio inicial, que atrapalha o acesso ao estádio no momento e não aparenta estar próxima de conclusão.
Viaduto incompleto: responsabilidade do município
Outra questão explicada por Torres, mas que foge da sua alçada, é a construção do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, o primeiro 100% privado do Brasil. Ele espera que o Consórcio Inframérica, responsável pela administração, entregue a construção em tempo e garantiu: "nossa responsabilidade são os acessos. Até o final do mês de abril entregaremos o acesso norte que é um dos principais para a região".
Uma vez em funcionamento o novo aeroporto fará com que o Aeroporto Internacional Augusto Severo seja aposentado para voos comerciais e incorporado pela base da Força Aérea Brasileira.
Terra
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