Andrés Sanchez e Mário Gobbi vivem relação conturbada no Corinthians
Os atrasos nos pagamentos de salários e direitos de imagem são rotina em clubes de futebol no Brasil. Até nos que têm as maiores receitas, como o Corinthians.
Em dezembro de 2007, a apresentação do patrocínio com a Medial Saúde foi adiada porque a energia elétrica do clube foi cortada. Os atrasos sempre foram mantidos internamente, mas vieram à tona há cerca de dez dias. Foi confirmado pelo vice-presidente financeiro Raul Corrêa da Silva. Dívidas pela compra de Rodriguinho, direitos de imagem de Alexandre Pato e compra de direitos econômicos de Ralf e Renato Augusto. Ao todo, cerca de R$ 9 milhões em atrasos.
Desde então, Raul tem sido alvo de inúmeras críticas dentro do clube por conta do assunto que aumenta a divisão entre o ex-presidente Andrés Sanchez e seu sucessor, Mário Gobbi. Pessoas próximas a Gobbi trabalham com a informação que o vazamento dos atrasos de pagamento de salários para alguns veículos de comunicação no início do ano surgiu do estafe de Andrés. O tema havia sido tratado em reunião restrita, mas no dia seguinte estava estampado na imprensa.
ROSENBERG ASSISTE À DISTÂNCIA
Enquanto o episódio dos vazamentos fragilizou Raul Correa, outra cabeça importante do grupo assiste tudo à distância. Luís Paulo Rosenberg, ex-vice de marketing e afastado há pouco mais de um ano, entrou em desgraça depois de afirmar que o Corinthians tinha um time medíocre.
A declaração revoltou jogadores, que solicitaram ao presidente Mário Gobbi seu afastamento durante as comemorações, no Japão e no Brasil. Ao se perceber contra a parede, Rosenberg pediu afastamento.
Na última semana, o Grupo Renovação e Transparência celebrou uma década de união. O encontro contou com as presenças dos fundadores Andrés Sanchez e Mário Gobbi, entre várias lideranças, mas o tom foi conciliatório. "Existe uma corrente dentro do grupo que é forte, para unir todo o pessoal. A cabeça disso só pode ser o Andrés", acredita um membro do grupo.
Por enquanto, esse consenso entre as principais cabeças parece um objetivo distante. Mário Gobbi se mantém cada vez mais afastado de Andrés e pouco leva em conta suas opiniões na hora de decidir. Gobbi tem sido centralizador desde a distribuição de cadeiras de sua gestão, o que estremeceu o contato com algumas pessoas do grupo.
No último ano da gestão Gobbi, enquanto trabalha pela candidatura na CBF, Andrés Sanchez atua no Corinthians pela indicação de um candidato que dê a ele mais possibilidade de participar das decisões do clube. O favorito é Roberto de Andrade, ex-vice de futebol e que conta com o apoio do atual persidente. Melhor amigo de Andrés no clube, André Luiz de Oliveira, o André Negão, quer ter candidatura própria e corre por fora. É mais provável que concorra apenas em 2018.
Andrés Sanchez nega vazamento de informações
Por meio de sua assessoria de imprensa, o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez negou ao Terra qualquer participação no vazamento à mídia da dívida do clube alvinegro. O dirigente disse ainda que só soube do valor que o Corinthians devia após entrevista concedida pelo vice-presidente financeiro do clube, Raul Corrêa da Silva, à ESPN Brasil. Na ocasião, os valores já haviam sido divulgados anteriormente por alguns veículos de imprensa.
"Eu, Andrés, não tenho nenhuma participação na administração e no departamento de futebol do Corinthians e soube pela imprensa o valor da dívida do clube. O vice-presidente financeiro Raul Correa concedeu entrevista à ESPN na semana passada e relatou os valores da dívida. O Corinthians tem uma diretoria e somente ela é responsável pelas informações do clube", afirmou Andrés Sanchez em nota oficial.
O ex-presidente corintiano afirmou ainda, via assessoria de imprensa, que não tem um nome definido para apoiar na eleição presidencial do clube alvinegro. "A eleição do Corinthians está longe e ainda não tenho um candidato".
Terra
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