O preço dos ingressos da partida final da Copa do Brasil pode parar nos tribunais.
O Ministério Público Estadual instaurou um procedimento para analisar a decisão do Flamengo de cobrar ingressos entre R$ 250 e R$ 800 para o duelo com o Atlético-PR, no Maracanã, no dia 27 deste mês. O primeiro jogo da decisão será no dia 20, em Curitiba, no Paraná.
Além disso, o Procon do Rio ameaça entrar na Justiça contra o clube.
A diretoria rubro-negra decidiu faturar com a final no estádio e quase triplicou o preço de alguns setores, em comparação com a semifinal realizada contra o Goiás.
O clube espera arrecadar algo entre R$ 8 milhões e R$ 9 milhões com o jogo.
A decisão gerou revolta entre torcedores do time, constrangimento entre atletas e alerta no Procon.
Editoria de Arte/Folhapress
A entidade tem reunião marcada com dirigentes do clube nesta quarta-feira para definir as medidas cabíveis.
"Reconhecemos que é um jogo especial, que há mais pessoas interessadas. Mas esse aumento é extorsivo", disse a secretária estadual de Defesa do Consumidor, Cidinha Campos.
O ingresso mais barato corresponde a 37% do salário mínimo (R$ 678) e é o suficiente para 90 viagens de ônibus no Rio (R$ 2,75 cada).
A secretária afirmou que vai sugerir um aumento de 20% em relação ao preço dos ingressos da semifinal, que variaram de R$ 100 a R$ 280.
Segundo ela, caso o clube não aceite a proposta, vai tentar na Justiça a definição do preço justo. O time também pode ser multado pelo aumento considerado abusivo.
Capitão do time, o lateral Léo Moura recomendou aos torcedores que não gastem além de suas possibilidades.
"Sei o quanto o torcedor faz sacrifício. Mas a gente não quer que ele se coloque numa situação prejudicial. Tem que ver a questão familiar, sabemos que esses torcedores recebem salário mínimo. Mas a gente quer esse torcedor no Maracanã", disse o jogador à agência Lancepress.
DESCONTOS
Eleita ano passado tendo como principal discurso a busca pela austeridade financeira do clube, a diretoria diz que não pretende alterar os preços.
Os cartolas afirmam que boa parte dos ingressos serão comprados ou por sócios-torcedores, que têm 40% de desconto, e estudantes, que têm direito a meia entrada.
Eles dizem ainda que há um grande número de pessoas com direito a gratuidade, em razão de lei estadual que beneficia menores de 12 anos, idosos e pessoas com deficiência.
"A gente sabe que o preço é alto e que muitos torcedores terão dificuldades para comprar os ingressos. Mas tenho certeza que vão entender que isso é um esforço que o Flamengo está fazendo. Essa é última oportunidade da gente arrecadar para equilibrar o fluxo de caixa", disse o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.
Folha de S.Paulo
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