Lesões musculares põem em risco o futuro de Messi, dizem médicos

Lionel Messi sente dores durante partida contra o Betis, pelo Campeonato Espanhol

Lionel Messi sente dores durante partida contra o Betis, pelo Campeonato Espanhol

A sequência de contusões musculares sofridas por Lionel Messi nos últimos sete meses ameaça o futuro do craque argentino no futebol.

Não que o astro do Barcelona, de 26 anos, terá uma aposentadoria precoce. Mas especialistas ouvidos pela Folhaapontam que ele corre risco de não conseguir voltar a ter o rendimento do jogador tetracampeão da eleição de melhor do mundo da Fifa.

Messi sentiu no último domingo, contra o Betis, pelo Espanhol, sua quinta e mais grave lesão desde abril, quando passou a sofrer com problemas físicos.

A ruptura do bíceps femoral da perna esquerda, um músculo localizado na parte posterior da coxa, deixará o argentino longe dos campos por até oito semanas. Para o craque, o ano de 2013 já acabou. E o prognóstico para 2014 pode ser assustador.

As cinco contusões foram no mesmo tipo de músculo: duas na perna esquerda e as outras na coxa direita.

"A gente torce para que não seja o começo do fim. Mas ele já chegou ao ápice físico. A tendência é de declínio. É muito difícil que fique sem sequelas", disse Turíbio Leite de Barros, fisiologista da Unifesp e ex-São Paulo.

"Muitas lesões musculares podem levar a uma fibrose, que é quando o músculo perde a capacidade de se regenerar. Esse é o risco", disse Beny Schmidt, professor-adjunto da Unifesp e chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular da entidade.

Foi depois de sofrer com fibroses que o meia Valdivia, do Palmeiras, e o atacante Luis Fabiano, do São Paulo, passaram a sofrer com constantes lesões musculares e perderam a capacidade de participar de várias partidas consecutivas.

Mas para Schmidt, que ajudou o Corinthians a recuperar o atacante Alexandre Pato, sempre envolto em contusões musculares no Milan, Messi ainda pode se recuperar completamente.

Segundo ele, é preciso corrigir o desequilíbrio existente entre seus músculos anteriores e posteriores da coxa e amenizar a carga de jogos a que ele é submetido.

"Olha o que fizemos no Corinthians. [Por prevenção] Qualquer dorzinha que o Pato sente, ele já para."

Mas dosar forças é um problema para Messi. O argentino disputou nas quatro temporadas anteriores à atual 258 partidas, mais que qualquer outro jogador do Barça.

Como comparação, o meia espanhol Iniesta jogou 241 vezes, mesmo disputando as finais da Copa do Mundo, Eurocopa e Confederações.

Era cena comum até o início da temporada ver o Barcelona em um jogo de pouca importância com um time cheio de reservas e Messi, sedento na disputa por recordes com o atacante português Cristiano Ronaldo.

Por quatro anos, o argentino não teve lesão muscular. Agora, paga o preço, enquanto o europeu, tão fominha quanto, mas com porte mais atlético, 'voa' no Real Madrid.

Folha de S.Paulo

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