Pilotos veem Massa em time de ponta na F1, mas abrem portas de categorias

Felipe Massa deixará a Ferrari no fim de 2013; Lotus é o destino mais provável Foto: Reuters

Felipe Massa deixará a Ferrari no fim de 2013; Lotus é o destino mais provável

Felipe Massa ainda não definiu seu futuro na Fórmula 1. Fora da Ferrari, o paulista não sabe o que fará ou por quem correrá em 2014. A vaga aberta na Lotus pela saída de Kimi Raikkonen parece ser a alternativa mais lógica, mas há especulações que o liguem ainda a McLaren, Force India, Williams e Sauber. E olha que não são estas as únicas portas abertas para Massa no automobilismo.

Aos 32 anos, Massa é considerado um piloto veterano pela Lotus, que também não diz quais são seus planos para o próximo ano. Enquanto ainda não define o que fará, Massa “recebe” convites para correr em outras categorias. Soa como brincadeiras, mas... Por que não?

A situação atual de Felipe massa é semelhante à vivida por nomes como Lucas di Grassi e Bruno Senna, que chegaram à Fórmula 1 nos últimos anos, mas perderam espaço e foram embora sem sentir saudades. Hoje em outras categorias, os dois colhem sucessos ao qual não tiveram acesso na F1, e deixam o exemplo para o veterano: se não der certo a permanência onde está, há outras portas abertas para ele no automobilismo.

“Acho que, se existe a possibilidade de o Felipe correr em uma equipe pela qual ele possa vencer e disputar títulos na F1, então ele deve ir atrás desta possibilidade. Agora, se for para correr apenas para fazer número em equipes do meio do pelotão, então há um horizonte muito maior a se olhar em outras categorias top nas quais ele pode ser um dos grandes, correr em equipes de ponta disputando títulos, vencendo corridas e sendo presença constante no pódio - como por exemplo no WEC (Mundial de Endurance), DTM e até na Indy”, opina Lucas di Grassi, piloto da Virgin (atual Marussia) em 2010.

Di Grassi sabe do que fala. Brilhou nas categorias de base, com um vice-campeonato da Fórmula Renault (2002) e outro da Fórmula 3 Sul-Americana (2003), além de vencer o tradicional GP de Macau de F3 (2005) e terminar três temporadas da GP2 entre os três primeiros (2007, 2008 e 2009). Piloto de testes da Renault entre 2005 e 2009, acabou estreando na F1 pela novata Virgin, equipe incapaz de brigar até por pontos. Assim, o paulista deixou a categoria e foi correr o Mundial de Endurance, conquistando o terceiro lugar nas 24 Horas de Le Mans de 2013 ao lado de Marc Gené e Oliver Jarvis pela Audi.

Atualmente correndo pela Audi no Mundial de Endurance, Di Grassi diz não sentir falta da F1; nas 24 Horas de Le Mans, ele (à direita) foi o terceiro colocado Foto: Getty Images

Atualmente correndo pela Audi no Mundial de Endurance, Di Grassi diz não sentir falta da F1; nas 24 Horas de Le Mans, ele (à direita) foi o terceiro colocado

Saudades? Di Grassi garante que não tem. “No meu caso, desde o início meu foco era viver do automobilismo, do esporte a motor. Se na F1 não desse certo, então eu passaria a trabalhar para vencer em outra categoria. O que eu quero é vencer, e estou muito feliz na Audi, um time de primeira linha no qual eu trabalho duro, aprendo muito e tem um ambiente melhor. Não sinto falta da F1 neste sentido”, afirmou.

A situação é semelhante à de Bruno Senna. O sobrinho de Ayrton Senna estreou na Fórmula 1 também em 2010, pela fraca Hispania, e terminou o ano sem pontuar. Passou ainda por Lotus Renault GP (2011) e Williams (2012), pontuando com regularidade. No entanto, perdeu espaço no time de Frank Williams e foi para o WEC em 2013, acertando com a Aston Martin. Em cinco etapas, venceu duas (Silverstone e Austin) e faturou um segundo lugar (Spa-Francorchamps), colocando-se na briga pelo título.

Depois de três temporadas na F1, Bruno Senna corre pela Aston Martin no Mundial de Endurance e briga pelo título da temporada; em cinco corridas no ano, ele conquistou duas vitórias Foto: Allan Brito / Terra

Depois de três temporadas na F1, Bruno Senna corre pela Aston Martin no Mundial de Endurance e briga pelo título da temporada; em cinco corridas no ano, ele conquistou duas vitórias

Assim, Bruno é mais um que não vê a Fórmula 1 como uma obrigação para Felipe Massa em 2014. “Felipe é um piloto muito bem-sucedido no automobilismo e não tem que provar mais nada sobre o talento que tem. Portanto, só tem que fazer o que o deixar feliz e realizado”, diz Bruno, que espera ver o futuro ex-piloto da Ferrari correndo por um time de ponta no próximo ano, “dentro ou fora da F1, onde possa correr para vencer”. No Mundial de Endurance, Bruno Senna tem 71 pontos após cinco etapas, contra 99 dos líderes Giancarlo Fisichella e Gianmaria Bruni.

Castroneves abre portas da Fórmula Indy para Massa

Um dos pilotos mais respeitados da Fórmula Indy, com três vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis (2001, 2002 e 2009), Hélio Castroneves não chegou a correr pela Fórmula 1 – fez um teste pela Toyota em 2002, mas não foi adiante. Com mais sucesso nos Estados Unidos do que na Europa, Castroneves não vê problemas em contar com o compatriota na Fórmula Indy. Pelo contrário.

A carreira de Helinho na Europa foi breve, com destaque para o terceiro lugar na temporada de 1995 da Fórmula 3 britânica – um ano em que a categoria teve Oliver Gavin, Ralph Firman, Gualter Salles, Cristiano da Matta, Marc Gené, Gonzalo Rodriguez, Christian Horner, Alexander Wurz e Pedro de la Rosa entre os pilotos. Porém, com a experiência de quem corre nos EUA desde 1996, frequentemente disputando os principais títulos locais, o piloto paulista é mais um que vê Massa com potencial para correr em times de ponta, independente de categoria.

“Imagina, o Felipe não precisa de conselhos. Ele é tão talentoso e dedicado que qualquer time de primeira linha - e em qualquer categoria - gostaria de tê-lo sob contrato. O fato de ele sair da Ferrari não quer dizer muita coisa. Isso acontece o tempo todo no esporte. Ele tem todas as condições de se manter na Fórmula 1 e numa equipe boa”, diz Castroneves, que não acredita em ausência de pilotos brasileiros na Fórmula 1 em 2014.

“Eu acho que o pessoal está pessimista quando diz que o Brasil não terá piloto na Fórmula 1. Não só acho que o Felipe Massa fica, como também, mais cedo ou mais tarde, teremos outro Felipe lá, o Nasr (atualmente na GP2)”, completa Helinho, deixando o convite – brincadeira ou não – para Massa. “Agora, quando ele quiser mudar de ares e encarar os ovais, uma boa sugestão é vir aqui para a Indy.”

Terra

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