Um movimento composto hoje por 75 jogadores profissionais das Séries A e B do Brasileiro inicia uma queda de braço com a CBF para mudar o calendário do futebol nacional, anunciado na última sexta pela entidade.
A Folha obteve a lista dos atletas que aderiram à causa. Nomes como os de Alex (Coritiba), Rogério (São Paulo), Paulo André (Corinthians), Dida (Grêmio), entre outros, encorpam o grupo.
Grupo de atletas e sindicato não entram em acordo
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São jogadores de 19 dos 20 clubes da primeira divisão, além do Palmeiras e outras equipes da Série B.
Insatisfeitos com a proposta da CBF, com início da temporada em 12 de janeiro de 2014, os jogadores pretendem se reunir nos próximos dias, em São Paulo, para discutir sugestões de alteração do modelo em voga.
O principal argumento de líderes ouvidos pela reportagem é que a quantidade de jogos do calendário atual faz com que o nível técnico do Brasileiro caia muito.
O projeto de mudança que será discutido na assembleia do movimento --ainda sem nome-- prevê a alteração de cinco pontos.
O primeiro, claro, se refere ao calendário inchado, no qual os times raramente têm uma semana para descansar.
O movimento indica, então, três propostas de mudança no calendário: uma prevê a adequação ao modelo europeu (com a temporada começando no meio do ano) e outras duas tentam mexer no esquema atual, enxugando as datas de jogos.
O segundo tema diz respeito ao número máximo de partidas por período. O projeto dos atletas é que os times não joguem mais do que sete partidas a cada 30 dias --atualmente, acontecem oito ou nove jogos neste espaço.
Tempo para a pré-temporada é outro ponto a ser tratado entre os jogadores e a CBF. Para 2014, por exemplo, os times terão menos que cinco dias para se preparar para o início dos jogos dos principais estaduais.
Isso porque os atletas têm que desfrutar das férias, que devem ser gozadas após o fim do Brasileiro, 8 de dezembro.
As férias, aliás, são o quarto ponto a ser discutido. Alguns clubes defendem a divisão do período de descanso entre dezembro e o período de recesso para a Copa-2014.
Por fim, o movimento dos jogadores propõe uma espécie de "fair-play financeiro".
A ideia é que os clubes não terminem o ano sem dever a seus jogadores. Para isso, será feita uma proposta na qual, a cada início de temporada, os clubes apresentem o plano financeiro para pagamento de salário e que siga a planilha durante o ano.
O movimento quer levar todas essas propostas à CBF, em um encontro formal com a cúpula da entidade.
"Quem está perdendo é o futebol brasileiro. A nossa esperança é que o calendário para 2015 seja diferente. Que seja pensado nesse lado, para que os atletas sejam ouvidos", diz Alex, do Coritiba
A CBF, por meio da assessoria de imprensa, informou que não recebeu pedido oficial para encontro com jogadores. A entidade, porém, não vê margem para mudanças no calendário de 2014 por causa da Copa do Mundo.
Folha de S.Paulo
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