Kalil Rocha Abdalla e Marco Aurélio Cunha, da oposição do São Paulo
Kalil Rocha Abdalla, diretor jurídico do São Paulo, entregou nesta terça-feira sua carta de renúncia ao cargo. Ele se afastou para concorrer à presidência do clube, em abril do ano que vem. O UOL Esporte teve acesso a e-mail enviado por Kalil a conselheiros do clube, junto da carta de renúncia protocolada na secretaria da presidência.
A decisão marca uma reviravolta na corrida eleitoral no Morumbi. Marco Aurélio Cunha, até então candidato de oposição, deve deixar de concorrer para apoiar Kalil, que se apresenta como candidato de consenso. Caso o ex-diretor seja eleito, Cunha será vice-presidente de futebol. Eles trabalharam juntos desde a gestão do ex-presidente Marcelo Portugal Gouvêa, até o fim de 2010, quando Cunha deixou o posto de superintendente de futebol.
A aposta da dupla é que Kalil tenha menos rejeição entre conselheiros do que Cunha. O presidente será eleito pelos conselheiros. Em se confirmando a nova composição da chapa, o ex-superintendente de futebol do São Paulo voltaria ao departamento no qual mais gosta de atuar. Enquanto Kalil cuidaria das relações institucionais e capitanearia a política interna.
Em seu pedido de desligamento, o ex-diretor afirma que deixa o cargo para atender aos pedidos dos conselheiros que queriam sua candidatura.
Enquanto isso, Juvenal Juvêncio ainda não definiu quem indicará para disputar o pleito. Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, vice-presidente, e Roberto Natel, vice social e de esportes amadores, são os mais cotados como candidatos da situação. Leco, que é também o coordenador de campanha da situação, já fala abertamente em sua candidatura.
Kalil não estava entre os nomes que Juvenal analisava para indicar. Os dois se afastaram nos últimos meses. Um episódio no início de junho consolidou a ruptura e funcionou como engrenagem política. Kalil é provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, cargo mais alto da instituição, e recebeu de Marco Aurélio Cunha o pedido para articular a internação de Teodoro, ex-jogador do São Paulo, no local. Juvenal fez o mesmo pedido ao então diretor jurídico logo depois, e se irritou ao saber que a iniciativa aconteceu por meio de seu principal opositor. Teodoro veio a falecer dias depois.
O episódio da internação de Teodoro fez com que o presidente iniciasse um processo de inquisição no clube. Nas semanas seguintes, os principais gestores do grupo de situação pressionaram alguns dos então aliados por suposto apoio a Marco Aurélio Cunha. A caça causou as renúncias de Ricardo Haddad, ex-vice administrativo, Dorival Decoussau, ex-diretor de comunicação, e Affonso Renato Meira, ex-diretor-secretário geral.
Para chegarem ao pleito de abril de 2014, Kalil e Cunha têm de conseguir o apoio nominal e registrado de pelo menos 55 dos 160 conselheiros vitalícios do São Paulo. Membros da situação já admitem que deverá ser impossível impedir a candidatura de oposição. Do outro lado, Juvenal Juvêncio perde popularidade ao passo que o futebol fracassa e o time se afunda.
Carta enviada por Kalil Rocha Abdalla, ex-diretor jurídico do São Paulo, para o presidente Juvenal Juvêncio, anunciando sua renúncia
UOL Esporte
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