Técnico disse que tentou implantar mudanças na base da CBF e reclamou de atuação de Romário
Último técnico da Seleção Brasileira antes de Luiz Felipe Scolari, Mano Menezes pediu nesta sexta-feira mudanças na Confederação Brasileira de Futebol C(BF). Sem citar o nome de nenhum dirigente, o treinador afirmou que a entidade precisa de renovação e citou o trabalho que desenvolveu nas categorias de base da Seleção como exemplo de alteração "estrutural" necessária.
"Não é questão de (a CBF) ser máfia ou não, a estrutura é ruim. Precisamos de gente com pensamentos novos, gente capaz de entender o futebol como ele é. Quando estive lá, me pediram renovação, me pediram para mudar as categorias de base, fiz perguntas internas, se podia mexer como deveria mexer. Não tem meio-termo nisso. Quando você mete a mão nesses assuntos, mete a mão em muitos interesses, muita gente é prejudicada. Foi pensando nisso que indiquei o Ney Franco, um profissional muito capaz, correto. O trabalho com ele surtiu efeitos. Os jogadores jovens da Seleção principal vêm desse trabalho: Lucas, Oscar, Fernando, todos vindos da Seleção Sub-20, oriundos desse trabalho coordenado", disse entrevista à Rádio Bradesco Esportes FM.
No último ano em que permaneceu à frente da Seleção, Mano Menezes trabalhou com o diretor de seleções Andrés Sanchéz, que havia contratado o treinador quando era presidente do Corinthians. O dirigente acabou deixando a CBF logo após a demissão do técnico, por ter sido contrário à saída dele.
Poucos mais de seis meses depois de sair da CBF, Andrés já anunciou que pretende concorrer à presidência da entidade, em abril do ano que vem. Mesmo assim, Mano evitou palpitar sobre a eleição da Confederação Brasileira de Futebol.
"A política pertence aos políticos, eu sou técnico de futebol. Estive com o Andrés no Corinthians, minha relação com ele foi voltada para o meu cargo. Quem precisa escolher é o Brasil, porque a gente não consegue mais manter a hegemonia no futebol mundial", afirmou.
Mano ainda aproveitou a oportunidade para alfinetar deputado federal Romário. Durante o período em que comandou a Seleção, o treinador foi duramente criticado pelo ex-atacante, que acusava o técnico de favorecer empresários em suas convocações.
"Não concordo com quem fez parte de um ambiente por muito tempo e não fala nada publicamente quando esteve lá. Ou você é homem para falar quando está lá, ou sossega. Muita gente ficou anos lá, e só agora fala que é máfia. Acho estranho, não é o meu comportamento. Se as pessoas esperam que eu chegue agora e fale de A e de B, não vou fazer isso. Sempre procurei fazer o melhor para a CBF", encerrou.
Terra
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