João Havelange foi presidente da entidade máxima do futebol até 1998
O brasileiro João Havelange renunciou ao cargo de presidente de honra da Fifa. O anúncio foi feito pela entidade máxima do futebol na manhã desta terça-feira, mas Havelange já havia entregue sua renúncia há duas semanas. Ao renunciar, o brasileiro escapa de qualquer tipo de punição por seu envolvimento em casos de corrupção na Fifa.
A divulgação da renúncia nesta terça-feira é concomitante à publicação do relatório do Comitê de Ética da Fifa sobre o caso ISL, extinta empresa que foi parceira de marketing da entidade. O texto final - que admite a má conduta do ex-dirigente - afirma que, como Havelange já renunciou ao cargo, qualquer tipo de ação sobre o ex-presidente é "supérflua".
A ISL é pivô de diversos escândalos de corrupção na entidade. Segundo Hans-Joachim Eckert, chefe do comitê de ética da Fifa, Havelange entregou carta anunciando que deixaria o cargo no dia 18 de abril.
O escândalo envolvendo a entidade máxima do futebol se instalou em 2012, quando a rede britânica BBC fez uma reportagem denunciando que a empresa de marketing ISL, falida em 2001, pagou suborno a membros da Fifa para conseguir os direitos de várias Copas do Mundo.
A Justiça suíça arquivou o caso, mas os documentos em poder dos juízes mostram que João Havelange e Ricardo Teixeira, respectivamente ex-presidente e ex-membro do comitê executivo, receberam milhões de dólares de propina.
Segundo denúncia da BBC, Ricardo Teixeira, que se afastou da Fifa no ano passado, e João Havelange ganharam um total de R$ 45 milhões em propinas, diretamente ou indiretamente, de acordo com o relatório da Justiça suíça. Os dois negam ter se beneficiado do esquema, assim como Nicolas Leoz, paraguaio que renunciou neste mês ao cargo de presidente da Conmebol. O dirigente paraguaio levou US$ 700 mil da ISL.
Joseph Blatter, presidente da Fifa, havia declarado em março deste ano que o relatório seria divulgado até o dia 15 de abril. Contudo, apenas nesta terça-feira ele foi entregue à Fifa já com o parecer de Eckert.
UOL Esporte
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