Joseph Blatter entendeu que mudanças estavam "fora da agenda"
Uma funcionária da Fifa, que trabalhava no comitê Anti-Corrupção, pediu demissão em protesto contra a neutralização do processo que visava dar maior transparência às decisões da entidade.
Alexandra Wrage fazia parte do Comitê Independente convocado pela Fifa na sequência de inúmeros escândalos que atingiram diretamente a reputação da entidade.
O último destes escândalos foi o processo para escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, na Rússia e no Qatar respectivamente. Tal processo teria sido afetado por compras de votos.
Wrage, que é de nacionalidade canadense, disse à BBC que ficou frustrada e surpreendida com o fato da Fifa ter vetado algumas das medidas propostas pelo Comitê durante a última reunião do seu Conselho Executivo, em março.
Os pontos vetados foram os que indicam maior transparência ao processo de escolha das próximas Copas do Mundo, assegurar supervisão independente do Comitê Executivo da Fifa, revelar publicamente quanto o presidente Joseph Blatter e outros de seus principais executivos recebem de salários, e assegurar verificações de integridade, feitas de forma independente, para admissão de futuros executivos.
"Estas medidas são comuns em ambientes corporativos, mas não foram aceitas aqui. Nossas recomendações foram consideradas 'fora de agenda'", afirmou Wrage.
Outros escândalos envolvendo a Fifa foram a tentativa de compra de votos do ex-presidente da Confederação Asiátia, Mohammed Bin Hamman, quando este era candidato à presidência da entidade. Além disso, há na Justiça da Suíça um processo acusando o ex-presidente da Fifa, João Havelange, e o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Ambos teriam se beneficiado em um acordo milionário entre a falida empresa de marketing ISL com relação aos direitos de transmissão da Copa do Mundo.
Terra
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