Leandro Damião: após jogar por times de várzea da Zona Sul, virou profissional
Leandro Damião, do Internacional, chegou à seleção graças a sua capacidade de balançar as redes. Denílson foi pentacampeão mundial graças a seus dribles. O que os dois têm em comum, além da qualidade para infernizar os defensores? Os campos de várzea do sul da cidade de São Paulo.
Maior região da capital paulista, a Zona Sul é o grande celeiro de artilheiros do futebol amador da capital paulista. Quer uma prova? Dê uma olhada na lista de artilheiros da Copa Kaiser, a principal competição do gênero da cidade. Nos últimos seis anos, em três deles os maiores goleadores do torneio vieram de lá.
No ano passado, o posto ficou com Macedo, atacante do Cantareira. Grande e forte, ele marcou 16 vezes e foi um dos trunfos do time para terminar em oitavo lugar. Foi a melhor campanha de um time de Heliópolis, que tem mais de 20 times amadores constituídos e quatro disputando a Série A da Copa Kaiser, na história do torneio.
No ano anterior, França, centroavante do Pioneer, da Vila Guacuri, ficou no topo da lista, com 18 gols. Ex-zagueiro, ele passou pelas categorias de base de São Paulo e Juventus. Na várzea, porém, foi da defesa para o ataque e se tornou uma máquina de balançar as redes: entre 2009 e 2011, fez 43 gols – e ainda conquistou um título, em 2010. Em 2013, ele deixou o time da Vila Guacuri e a Zona Sul. Após três anos no Pioneer, ele agora é o centroavante do Napoli, da Vila Industrial, que disputa a Kaiser na Zona Leste.
O terceiro artilheiro da região é Claudionor Lima, o Denô. Na edição 2008 do torneio, o Nós Travamos, do Jardim Ângela, se tornou o primeiro time da Zona Sul a conquistar o título. Nesse mesmo ano, o atacante baixinho e rápido, o oposto de Macedo e França, chamou atenção e marcou 16 vezes no caminho que levou sua equipe até a final. O atacante, aliás, tem uma história inusitada.
Lembra de Leandro Damião? O jogador do Internacional, que disputou duas vezes a Copa Kaiser antes de virar jogador profissional, era vizinho de Denô no Jardim Ângela. Na época em que os dois ainda começavam no futebol, aliás, era o baixinho o craque do bairro, considerado superior ao centroavante que chegou à seleção brasileira.
A história dos três, porém, não é única nos bairros da zona sul. Maior região da cidade, tem também muitos campos de várzea onde garotos dão seus primeiros chutes em uma bola de futebol. O Jardim Ângela é um exemplo disso: “Muito jogador é revelado aqui. E tem muito atacante bom. Além do Damião, o Cahê, que jogou no Palmeiras, também é da região”, lembra Denô.
A região de Pedreira e da divisa com Diadema é outra com história de craques. O ex-atacante Denílson, pentacampeão com a seleção brasileira, é de lá. Não chegou a jogar a Copa Kaiser, mas é só perguntar para os frequentadores dos campos sobre os grandes nomes revelados por lá para se lembrarem dele. O mesmo acontece com o volante Denílson, ex-Arsenal e hoje de volta ao São Paulo, e com o zagueiro David Luiz, do Chelsea.
UOL Esporte
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