Técnico espanhol quer impor "rigor defensivo" ao handebol brasileiro

No Mundial, Jordi reestreia no comando da Seleção masculina Foto: Santiago Russo/Photo&Grafia / Divulgação

No Mundial, Jordi reestreia no comando da Seleção masculina

Após conquistar a classificação antecipada para as oitavas de final do Campeonato Mundial masculino de handebol, o técnico espanhol Jordi Ribera quer mudar a fama da Seleção Brasileira no cenário internacional. O treinador espanhol disse que pretende impor consciência tática na equipe nacional, conhecida por ter um "jogo alegre no ataque mas sem rigor defensivo".

Colocada no grupo A do Mundial da Espanha, junto à invencível França e a potente seleção alemã, os brasileiros pareciam ter poucas chances perante Argentina e Tunísia - a princípio, os times que iriam disputar as outras duas vagas da chave. Mas a trabalhada vitória de domingo sobre a Argentina (por 24 a 20) se uniu na quarta a uma mais do que notável atuação perante a grande revelação do Mundial, vencendo a equipe tunisiana por 27 a 22.

"Para nós era muito importante ter uma partida como a da Tunísia. Somos uma equipeem renovação, com gente jovem que está olhando para os Jogos Olímpicos de 2016 e que necessita que as coisas saiam como o esperado", explicou Jordi, que retornou ao comando da Seleção Brasileira masculina no lugar do também espanhol Javier García Cuesta.

"É claro que o primeiro objetivo para era trabalhar o grupo para 2016, mas temos que olhar para o presente também. E para construir o futuro, temos que ir crescendo pouco a pouco", disse o treinador.

Um presente que agora é vivido no Mundial de Handebol. "Não podíamos tirar mais proveito dessa competição do que estamos fazendo. Isso é muito importante para nosso verdadeiro objetivo", comentou Ribero.

Na sexta-feira, dia da última rodada do Grupo A, Argentina e Tunísia farão um duelo dramático, enquanto os brasileiros cumprem tabela contra Montenegro, que ainda não conquistou nenhuma vitória em quatro jogos.

Ao contrário do estilo passional e impulsivo de Zoran Kastrotovic, temperamental técnico dos balcânicos, Ribera fala com pausa, escolhe bem as palavras, fica em silêncio diversas vezes e expõe suas ideias de forma ordenada. Uma personalidade que quer transmitir a seus homens.

"Há uma coisa que trabalhamos muito desde o começo, que é o trabalho defensivo. Queria mudar esse mentalidade de que o Brasil é uma equipe que joga com muita alegria no ataque, mas que não tem rigor na defesa", comentou Ribera.

Perante a França, apesar da derrota por 27 a 22 na terça-feira, o treinador fez uma avaliação positiva. "Foram 60 minutos nos quais a equipe não perdeu a concentração defensiva". O resultado veio no dia seguinte, diante da Tunísia, já que, segundo Ribera, o Brasil "quase não deixou o adversário atacar e pôde recuperar bolas para sair para o contra-ataque".

"O importante é conseguimos o objetivo de nos classificarmos. Sabemos que é difícil, que será igual o mais difícil que o feito até agora. Mas falta uma partida e temos que vencer", disse.

Terra

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