Foi divulgado pela CBF na última quinta-feira. Os jogadores Mateus de Oliveira Silva e Felipe de Figueiredo Ferreira, da equipe júnior do Grêmio, testaram positivo no exame antidoping realizado na partida contra o Vitória, em 28 de novembro, pelas quartas de final da Copa do Brasil Sub-20. Dois jogadores sorteados, dois testes positivos e a mesma substância: methylhexaneamine, o que é considerado estimulante pelo Controle de Antidopagem da CBF. O caso abriu uma ferida grande na base do Grêmio.
Diego Mello, preparador físico gremista (Foto: site oficial do Grêmio)
Até a partida com o Vitória, não haviam sido realizados exames antidoping na Copa do Brasil Sub-20. Segundo contado por membros da base do Grêmio ao Terra, o preparador físico Diego Mello entregou medicamentos a todos os atletas antes da partida e justificou que haviam sido receitados pela nutricionista. Mateus, Felipe e possivelmente todos os outros ingeriram o que foi recomendado. O sorteio da CBF apontou para ambos, mas a direção do clube já tem ciência de que a equipe toda foi a campo provavelmente dopada.
Quando a comissão técnica foi avisada de que seria realizado o exame antidoping no jogo contra o Vitória, Diego Mello teria ficado desesperado, segundo os relatos ouvidos pelo Terra. Recomendou aos jogadores que ingerissem muita água e urinassem, o que poderia dispersar as substâncias proibidas pela CBF. Sem sucesso.
Na noite do último domingo, em Presidente Prudente, sede do clube na Copa São Paulo, advogados contratados pelo Grêmio ouviram todos os jogadores para saber o que aconteceu naquele 28 de novembro, no Barradão – o Vitória ganhou por 1 a 0 e avançou até o título. O preparador físico Diego Mello, recontratado pelo ex-diretor executivo Paulo Pelaipe em meados de 2012, já foi afastado. Não está com os juniores, na Copinha, nem com os juvenis, na Copa Santiago.
Em 2012, Diego ganhou destaque no noticiário por ter colocado em forma o lateral esquerdo Anderson Pico, que convivia com problemas frequentes de peso e fez bom Campeonato Brasileiro. Nenhum dirigente aceitou comentar sobre o envolvimento dele no caso. Diego Cabrera, coordenador técnico da base, e Júnior Chavare, coordenador geral da base, disseram não saber do afastamento.
Grêmio faz blindagem, prepara defesa e confia em vitória na Justiça
No último fim de semana, o presidente Fábio Koff determinou que apenas Celso Rodrigues, diretor jurídico do Grêmio, poderia falar sobre o caso. Todos os demais foram proibidos. Na próxima terça, a direção gremista irá protocolar sua defesa em tribunal. Mateus Oliveira e Felipe estão preventivamente suspensos por 30 dias e já deixaram a concentração do clube em Prudente, na Copa São Paulo. Oliveira (não confundir com Matheus Biteco) era titular.
“Nossa defesa está pronta e vamos defender os atletas, o próprio clube e os integrantes do nosso corpo de saúde. É a lei que manda os jogadores serem preventivamente suspensos, mas agora o procurador vai examinar todos os elementos e documentos. Se ele achar que não deve oferecer denúncia, arquiva o processo e absolve os jogadores”, explica Celso Rodrigues.
Apesar do tom de otimismo, o Grêmio teme uma punição mais severa, já que as coincidências (dois jogadores, no mesmo jogo e com a mesma substância) apontam para algum tipo de culpa do clube no caso. “Pelo que conheço, nem o Grêmio e nem os atletas serão punidos”, opinou Celso Rodrigues. O clube não autorizou Diego Mello a dar entrevistas.
Terra
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