Guerrero repetiu semifinal e marcou, de cabeça, o gol decisivo da vitória corintiana
De forma incontestável, o mundo é do Corinthians. O time brasileiro jogou melhor que o Chelsea, mostrou muito mais vontade e dominou a maior parte da final do Mundial de Clubes, neste domingo, em Yokohama, contando com mais um gol do peruano Guerrero para vencer por 1 a 0 e conquistar o torneio da Fifa pela segunda vez em sua história.
Os comandados de Tite puseram em campo tudo o que era esperado pela fanática torcida corintiana que não parou de cantar um segundo sequer no Nissan Stadium. Marcação forte, aplicação tática dos jogadores de frente, toque de bola e muita confiança foram as armas da equipe alvinegra para superar um Chelsea que esteve longe da boa atuação da semifinal sobre o Monterrey, por 3 a 1.
Os grandes destaques da vitória foram o centroavante Guerrero, que deu muito trabalho à retaguarda do Chelsea e marcou o gol da vitória, e o goleiro Cássio, que realizou grandes defesas para garantir que o Corinthians deixasse o Mundial sem sofrer gols. Já do lado do Chelsea, apenas David Luiz fez partida digna de elogios, com brilhos esporádicos de Mata e Hazard, que sofreram para superar sozinhos a marcação alvinegra.
Primeiro tempo: Corinthians melhor e muitas chances perdidas
Tite mandou a campo o time esperado, com Jorge Henrique na direita para ajudar Alessandro na marcação, e Danilo pelo centro como armador. Já Rafa Benítez, dando sequência ao rodízio de titulares que costuma implantar, fez três alterações em relação à semifinal: saíram Azpilicueta, Mikel e Oscar para as entradas de Ramires, Lampard e Moses.
O Corinthians começou a partida avançando a marcação e impedindo o Chelsea de sair jogando. Em um início travado, os ingleses tinham que sair na base do chutão - já os brasileiros, mais soltos em campo e sob gritos incessantes de "Timão" vindos das arquibancadas, marcavam muito mais forte e estavam mais à vontade na partida.
Após dez minutos truncados, a primeira grande chance foi dos europeus. Mata bateu escanteio, Chicão falhou e a bola sobrou limpa para Cahill, mas o zagueiro finalizou em cima de Cássio, que salvou sobre a linha do gol. Pouco depois, os ânimos esquentaram com uma chegada forte de Ramires sobre Emerson, mas o cartão amarelo não saiu.
Aos poucos, o Chelsea foi entrando no jogo e conseguindo trocar passes. Porém, a sólida marcação alvinegra impedia que alguém ficasse em condições de finalizar. No contra-ataque, o Corinthians teve três chegadas seguidas entre os 17 e 19min: primeiro, Mata errou passe bobo e deixou de presente para Emerson, que tinha Guerrero livre, mas preferiu tentar o drible em David Luiz e perdeu a bola. Depois, chutes de longe de Jorge Henrique e Paulinho não assustaram Petr Cech.
Empolgado, o Corinthians voltou a avançar a marcação e passou a mandar na partida. Com 25min, Guerrero jogou entre as pernas de Cahill e invadiu a área, mas se jogou para tentar cavar pênalti, sem sucesso. Pouco depois, o centroavante peruano enfiou bola para Emerson, que ficou de frente para Cech após lambança de Cahill, mas o atacante bateu muito mal, por cima do gol.
O Chelsea deixava muito espaço na marcação, e o final do primeiro teve boas chances dos dois lados. Aos 32min, Hazard deu lindo passe nas costas de Fábio Santos para Moses, mas o nigeriano dominou mal e permitiu a recuperação de Paulo André. Dois minutos depois, Guerrero fez belo giro na área e chutou; a bola passou na frente do gol e sobrou para Emerson, que, sem ângulo, finalizou no pé da trave de Cech.
Em um final de primeira etapa aberto, bem diferente do começo do jogo, o Chelsea teve as últimas chances, mas parou em Cássio. Aos 37min, Lampard deu lançamento perfeito para Torres, que dominou bem, mas bateu fraco e facilitou a defesa do goleiro corintiano. Depois, foi a vez de Moses receber na esquerda e bater colocado, mas Cássio se esticou e salvou de forma espetacular.
Segundo tempo: Guerrero decide de novo
Os técnicos não mexeram no intervalo, e o segundo tempo seguiu a toada do primeiro: Corinthians marcando muito mais forte e impedindo o Chelsea de trocar passes à vontade. A primeira chance clara, porém, foi inglesa: aos 9min, Mata enfiou bela bola para Hazard, mas Cássio saiu abafando e salvou. O primeiro cartão do jogo saiu logo depois: Jorge Henrique calçou Mata por trás e foi amarelado.
A partida rapidamente caiu em emoção, com o Chelsea incapaz de superar o sistema defensivo corintiano e atuações péssimas de Moses e Torres; do outro lado, o Corinthians errava os passes decisivos e não ameaçava Cech. Aos 18min, porém, o goleiro checo se assustou: Guerrero ajeitou e Paulinho emendou um chute forte de dentro da área, que passou ao lado da trave da equipe inglesa.
Melhor em campo, o Corinthians enfim abriu o marcador aos 23min da forma mais dramática possível. Após grande jogada de Paulinho, a bola sobrou para Danilo na área; o meia cortou a marcação e chutou de pé direito; a bola desviou em Cahill, subiu e sobrou para Guerrero, que cabeceou firme. A bola ainda tocou no travessão antes de entrar, com três defensores do Chelsea sobre a linha do gol.
Benítez reagiu ao gol alvinegro tirando o nulo Moses para a entrada de Oscar. Único destaque individual do Chelsea até então, David Luiz se irritou e chegou firme em Emerson, levando cartão amarelo. O Corinthians imediatamente recuou após o gol e se posicionou de forma sólida no campo de defesa, dificultando ainda mais as ações ofensivas dos ingleses.
O Chelsea tentou atacar desesperadamente nos minutos finais, mas o Corinthians foi seguro na defesa, com Wallace no lugar de Emerson. A exceção foi quando uma bola mal tirada sobrou para Fernando Torres, livre na marca do pênalti, frente a frente com Cássio. Selando a atuação pavorosa, o espanhol chutou em cima do goleiro e perdeu o gol. Para complicar ainda mais para os ingleses, Cahill foi expulso aos 44min após chegada forte em Emerson.
O Corinthians manteve os nervos sob controle, mas o coração da torcida quase parou aos 47min, quando Oscar levantou na área, Torres ganhou de Cássio no alto e mandou para as redes de cabeça. Mas o lance já estava parado por impedimento. Já era tarde para qualquer reação, e o Corinthians pôde soltar a voz em Yokohama para gritar que era, novamente, campeão do mundo.
Terra
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