Joelmir Beting em agosto de 1974, anos depois de abandonar o jornalismo esportivo
Foi no jornalismo esportivo que o especialista em economia Joelmir Beting, de 75 anos, começou a sua carreira. Em 1957, trabalhou nos jornais “O Esporte” e "Diário Popular”, na capital paulista. Mas resolveu trocar de área porque percebeu que sua paixão pelo Palmeiras poderia interferir no seu trabalho.
Beting decidiu mudar para a editoria de economia depois que se formou sociólogo, em 1962. Mas um episódio em particular foi a gota d’água para que o jovem jornalista abandonasse o meio esportivo. Durante a transmissão de um clássico entre Corinthians e Palmeiras pela Rádio Panamericana, hoje Jovem Pan, ele não se segurou e comemorou um gol alviverde, despertando a ira dos corintianos.
Criticado e quase agredido pela torcida rival, Joelmir migrou para o jornalismo econômico, começando sua nova trajetória como redator de estudos de viabilidade econômica em uma consultoria. Em 1968, entrou na Folha de S. Paulo como editor de economia, e desde então tornou-se referência no assunto, com bordões como o famoso “Quem não deve, não tem”.
Apesar do curto período como jornalista esportivo, Joelmir teve tempo para marcar sue nome na história do futebol. Foi ele quem criou a famosa expressão “gol de placa”, depois de ver Pelé marcar um golaço no Maracanã, o segundo da vitória do Santos por 3 a 1 sobre o Fluminense em março de 1961.
A quatro minutos do final da partida, Pelé dominou a bola no campo de defesa e driblou seis adversários antes de mandar para o gol. Na época, Joelmir trabalhava no jornal “O Esporte”. O jovem jornalista ficou tão impressionado que mandou fazer uma placa de bronze para colocar na entrada do estádio, com os dizeres: “Neste estádio Pelé marcou no dia 5 de março de 1961 o tento mais bonito da história do Maracanã”.
A expressão “gol de placa” então se popularizou, e Joelmir Beting tempos mais tarde relembrou com a frase: “Nunca fiz um gol de placa, mas fiz a placa do gol”. Apenas uma de muitas declarações célebres do jornalista sobre o mundo esportivo.
Seu tema preferido é o Palmeiras. “Já estamos na terceira geração da família e todas elas são alviverdes. Por enquanto, ninguém descambou para outro lado", disse ele sobre a sua “dinastia” verde. Em outra frase, ele resume sua paixão: “Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense... É simplesmente impossível!".
UOL Esporte
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