Esquecido, ex-parceiro de Neymar lembra "ilusão inglesa" e quer volta

Considerado como uma promessa pelo Santos, Geovane passou pelo Arsenal e até no América-Teófilo Otoni em busca de um lugar no futebol. Foto: Klaus Richmond/K.R.C. DE MELO & CIA. LTDA - ME

Considerado como uma promessa pelo Santos, Geovane passou pelo Arsenal e até no América-Teófilo Otoni em busca de um lugar no futebol

O garoto que dividia atenções com Neymar nas categorias de base do Santos hoje vive esquecido dentro do próprio clube. Aos 20 anos, sem nunca ter subido aos profissionais, Geovane, ex-parceiro do principal astro santista, admite que "perdeu muito tempo". O meia ainda remói a ilusão alimentada pelo então agente que acabou em uma curta decepção na Inglaterra e mesmo sem a força do nome que lhe garantiu o maior salário da base - cerca de R$ 25 mil mensais até novembro de 2014 - promete voltar.

"Perdi muito tempo e, a partir do próximo ano, independente de ser no Santos, ou não, preciso jogar. Quero ajudar o clube, mas se não tiver chances vou sair", afirma. "Tenho convicção que ainda vou virar (jogador profissional)", completa.

A transformação na carreira passou por um "sim". Dois anos antes de o parceiro Neymar negar o gigante Real Madrid, Geovane aceitou o desafio de jogar no Arsenal, com apenas 16 anos. A projeção nunca mais foi a mesma.

"Não posso dizer que fui enganado, mas me iludiram. Não estava preparado para uma ação judicial, não desejava, partiu do meu empresário. Não queria brigar com o Santos", conta.

A ação referida foi o fator-chave para o desvirtuamento. O jovem começou a batalha na Justiça e rumou para Londres. Conheceu o técnico francês Arsène Wenger, de quem diz ter ouvido ter "potencial para ser um dos melhores do mundo", mas precisou ser escondido.

Geovane foi para o Colorado Rapids, clube americano que disputa a Major League Soccer, pelo temor inglês de acusação de aliciamento - na época o Chelsea havia sido punido pela Fifa de transacionar por conduta similar com Gael Kakuta, do Lens. Cansado e isolado, resolveu voltar.

Com o intermédio da DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, o pupilo retornou para casa no fim de 2009. Desde então, são três anos na base. "Me perguntam: não é possível que você ainda esteja no Sub-20. Não estou desanimado, mas cansei", confessa, que ainda lamenta uma série de "contusões em horas erradas" e rechaça que influências políticas o atrapalharam no Santos.

Sem o convívio, Geovane confessa já não ter mais a mesma intimidade com Neymar. "Trocamos mensagens, nos falamos, mas não vivemos mais no mesmo mundo". Ele diz ter ouvido do próprio craque que o quer no elenco profissional. Para jogar, entretanto, o antigo parceiro precisará superar o estigma promessa esquecida.

Terra

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