Ex-companheiros de Armstrong testemunharam contra o heptacampeão da Volta da França
A Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada) diz que 11 ex-companheiros de Lance Armstrong testemunharam na investigação contra o ciclista e confirmaram o "mais sofisticado, profissional e bem sucedido programa de doping que o esporte já viu".
A USADA vai divulgar a decisão completa contra Armstrong ainda nesta quarta-feira, um resumo dos fatos que o fizeram ser banido do esporte e perder os sete títulos da Volta da França.
Em um comunicado prévio, o chefe executivo da Usada, Travis Tygart, disse que a decisão vai incluir mais de mil páginas de evidências. Ele listou 11 ex-companheiros de Armstrong, incluindo George Hincapie, Floyd Landis e Tyler Hamilton, entre os que forneceram evidências que levaram à sanção.
Tygart afirmou que 26 pessoas, inclusive 15 ciclistas, forneceram material para o relatório que reconhece o doping da equipe US Postal Service. Foi com esse time que Armstrong ganhou todos os títulos da Volta da França entre 1999 e 2005.
Na carta à Usada, o advogado de Armstrong negou qualquer evidência fornecida por Landis ou Hamilton, classificando-os como "mentirosos que contaram histórias contraditórias sob juramento". Hincapie foi um dos companheiros mais fiéis e próximos de Armstrong ao longo dos anos.
Os outros ciclistas nomeados no comunicado foram Frankie Andreu, Michael Barry, Tom Danielson, Levi Leipheimer, Stephen Swart, Christian Vande Velde, Jonathan Vaughters e David Zabriskie.
"Há dois anos, eu fui abordado pelos investigadores federais dos Estados Unidos, e mais recentemente pela Usada, para contar a minha experiência pessoal sobre esses assuntos", disse Hincapie. "Eu teria ficado muito mais confortável se pudesse falar apenas sobre mim, mas entendi que estava obrigado a contar a verdade sobre tudo que sabia. Foi isso que fiz".
Outros dois membros do time e os médicos Michele Ferrari e Garcia Del Moral também foram banidos do esporte. O diretor Johan Bruyneel, o doutor Pedro Celaya e o treinador José "Pepe" Marti vão passar por julgamento.
O porta-voz de Armstrong, Mark Fabiani, recusou comentar e lembrou a carta que o advogado do ciclista enviou à Usada na terça-feira.
A carta diz que a Usada, como "acusadora, juíza, juri, tribunal de apelação e executiva", formulou uma versão "unilateral dos eventos". Isso também reforçou as afirmações de Armstrong, que suspeitava de ciclistas realizando delações premiadas para reduzir as suas próprias penas.
Ciente das críticas de Armstrong e sua legião de fãs, Tygart insistiu que a Usada lidou com o caso utilizando as mesmas regras de qualquer outro.
"Nós nos concentramos apenas em encontrar a verdade sem sermos influenciados por celebridades ou não celebridades, ameaças, ataques pessoais ou pressões políticas, porque isso é o que atletas limpos merecem e exigem", disse.
Ao entregar o relatório à União Internacional dos Ciclistas, Tygart apelou que a federação crie um programa significativo para "limpar" o esporte. Disse que as evidências mostram que o código de silêncio que dominou o ciclismo foi destruído
Armstrong decidiu não se defender e aceitou a sanção, apesar de ter argumentado persistentemente que a Usada o estava perseguindo. Chegou a chamar o esforço da agência de "caça às bruxas", com regras especiais que não foram consideradas em outras ocasiões.
A União Internacional dos Ciclistas pediu os detalhes do caso antes de corroborar as sanções. A federação tem 21 dias para apelar do caso na Corte Arbitral do Esporte. O relatório também será enviado à Agência Mundial Antidoping, que também tem o direito de apelar, mas até agora tem apoiado a Usada no caso Armstrong.
Terra
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário!