Tri olímpico, Zé Roberto pede paciência com Mano Menezes e descarta ser técnico de futebol

José Roberto Guimarães conquistou seu terceiro título olímpico nos Jogos de Londres

José Roberto Guimarães conquistou seu terceiro título olímpico nos Jogos de Londres

Mano Menezes e José Roberto Guimarães têm em comum o fato de comandarem seleções brasileiras de grande importância (futebol masculino e vôlei feminino, respectivamente). Atualmente, um outro fator liga a história dos dois. Depois de perder a final olímpica para o México e ficar com a medalha de prata, Mano passou a ser muito contestado. Zé Roberto, em 2004, viveu algo parecido após a traumática derrota na semifinal dos Jogos de Atenas, para a Rússia, quando a equipe vencia por 2 sets a 1 e tinha 24 a 19 no quarto set.

Personagem do UOL Esporte Entrevista, nesta sexta-feira, o técnico tricampeão olímpico de vôlei pediu que o público tenha paciência com Mano Menezes, e que mais uma chance seja dada ao comandante gaúcho para ele desenvolver seu trabalho à frente da geração liderada por Neymar, Lucas, Oscar e Paulo Henrique Ganso.

"É difícil dar conselho em um momento como esse. Ele está na situação que já estive. Tem que ter paciência. Ele é capaz, consciente do poderio do futebol brasileiro, do que representa. Existe um mistério do futebol na Olimpíada. Perder do México não é demérito. Faz parte. (...) O Mano sabe que ele é capaz, perseverante, e que vai conseguir. Tem que dar uma nova chance a ele para ele demonstrar que é capaz. A Copa de 2014 está aí. O conselho é não desistir", declarou Zé Roberto, que conquistou sua terceira medalha de ouro em Londres, após vitória sobre os Estados Unidos.

Na seleção feminina de vôlei há oito anos, o comandante fala de futebol com propriedade. Além de ser um fã do esporte número um do país, Zé Roberto envolveu-se com a modalidade no fim dos anos 90, quando trabalhou como gerente de futebol do Corinthians, e tinha ligação direta com a parceira do clube na época, a Hicks Muse. Porém, por divergência de opinião, ele deixou o cargo e voltou ao vôlei.

Depois do fracasso do futebol e do título do vôlei em Londres, muitos torcedores passaram a fazer campanha nas redes sociais para que José Roberto assumisse a seleção de Mano. O "convite", porém, é prontamente descartado por ele.

"Não, não tem cabimento. Não sou técnico de futebol, não nasci no futebol. Militei como dirigente, adoro, como todo brasileiro, está no sangue. Mas não tem condição, possibilidade. Cada macaco no seu galho. Admiro o Mano, acho ele um grande técnico. Ser técnico de futebol é uma pressão um milhão de vezes maior do que ser técnico de vôlei no Brasil. Então admiro por suportarem tanta  pressão e continuarem. Esse é o momento de trabalhar forte, continuar. Temos uma geração talentosíssima e vamos conquistar a Copa de 2014", disse.

Um futuro envolvimento com o futebol, como dirigente, Zé Roberto não descarta. "Aprendi na minha vida a nunca dizer nunca", completa. O que ele quer agora, de fato, é curtir a família depois de quase um mês longe de casa.

UOL Esporte

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