Com Henrique adiantado, técnico anulou tentativas de ataque de Grêmio com duplas diferentes
O duelo que ficou marcado na história do futebol na década de 90, quando Luiz Felipe Scolari era o líder do raçudo time do Grêmio e Vanderlei Luxemburgo era o cérebro do time de seleção do Palmeiras, teve um novo capítulo escrito nesta quarta-feira. No entanto, desta vez, os treinadores estavam em lados opostos, mas com um único objetivo: conquistar a vantagem no placar para assegurar a vaga na final da Copa do Brasil. E quem se deu melhor foi o Palmeiras, de Felipão. O campeão mundial de 2002 soube se defender com maestria e, com dois "golpes" certeiros no final da partida, "nocauteou" o Grêmio de Luxemburgo no Estádio Olímpico.
O duelo, na prática, começou no dia 27 de maio, na terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Àquela altura, as equipes já sabiam que se enfrentariam pelas semifinais da Copa do Brasil. Nessa ocasião, Vanderlei levou a melhor em um jogo muito disputado, decidido em uma falta levantada na área, em que André Lima marcou de cabeça. Foi o bastante para ter certeza: os jogos que viriam, no mata-mata, seriam duríssimos.
Ainda em seus corners, antes do começo da partida, os técnicos tentaram inovar com pequenas alterações para surpreender o adversário. Felipão colocou Henrique à frente da zaga, encorpando a marcação e ao mesmo tempo deixando o meio de campo mais alto e blindado contra as bolas aéreas - justamente o fator decisivo no duelo pelo Brasileiro. Ao mesmo tempo, posicionou a equipe de maneira rígida e compactada, não permitindo avanços pelo centro.
O atacante Luan foi claramente instruído a jogar em cima do lateral direito Gabriel, praticamente impedindo as subidas ao ataque do gremista. Por outro lado, a medida deixou mais solto o lateral esquerdo Pará, improvisado na posição, que teve má atuação. A retaguarda estava protegida de todos os golpes possíveis.
Ao final da partida, Felipão elogiou a obediência tática do seu time em campo, dando o mérito da vitória aos jogadores. "O time foi bem, bem organizado, bem posicionado. O Grêmio também teve uma ou duas oportunidades. O jogo, se formos examinar, era para ser empate. Mas em outros jogos fomos melhores e perdemos, hoje foi diferente", disse.
"Jamais um técnico coloca um jogador em campo achando que ele vai resolver a partida no primeiro lance", avaliou Felipão sobre as entradas de Cicinho e Mazinho, o primeiro autor do passe para o gol do segundo. "É sorte, mas também é trabalho. O gol obrigou o adversário a mudar de atitude e isso nos favoreceu muito."
Do lado do Grêmio, Luxemburgo provocou surpresa ao escalar o ataque inicialmente com Kleber e Miralles - dois jogadores que tem como ponto forte a velocidade e o trabalho pelos lados do campo, preterindo os centroavantes Marcelo Moreno e André Lima. Após um começo animador, com alguns lances de vitórias pessoais dos atacantes, logo a dupla foi anulada pela zaga do Palmeiras e se tornou ineficiente. Aos 15min do segundo tempo, Vanderlei trocou os dois por Marcelo Moreno e André Lima. No entanto, foi pior: a bola chegou poucas vezes ao ataque e o Palmeiras aumentou o volume de jogo até desferir os golpes que fizeram o Grêmio beijar a lona.
"É difícil reverter. Eu trabalho muito com os pés no chão. Mas o Grêmio está no caminho certo. O nosso objetivo de buscar uma vaga na Libertadores não acaba com essa derrota. Não é um percalço que vai jogar no lixo todo um trabalho", explicou o treinador. "A gente fica muito chateado de perder um jogo que não podia, em um momento decisivo. Mas a vida continua. Não acaba aqui nestes 90 minutos", disse Vanderlei.
Gazeta Esportiva
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário!