Italianas festejam classificação em pub na Polônia
O nome do local, British Buldog Pub (Bar Buldogue Britânico), é uma primeira indicação. O prato mais pedido, o tradicional fish and chips (peixe com batata frita), é a segunda. A torcida bem maior da Inglaterra confirma que ali estão imigrantes e turistas ingleses de passagem por Varsóvia, a principal casa da Polônia na Eurocopa. O jogo de quartas de final define qual das duas seleções irá até a capital polonesa para a semi contra a Alemanha, na quinta. Mas, feliz de verdade, ficaram duas italianas.
Olga se diz 50% italiana e 50% polonesa. Jin afirma ser 50% italiana e 50% sul-coreana. Nascidas em Roma, elas se conheceram na universidade e a amizade rompeu as fronteiras para um reencontro em Varsóvia, onde Olga reside há alguns anos. É ela a torcedora mais fervorosa, vibrante como você pode esperar de um italiano em jogo de sua seleção. No British Buldog Pub, durante Inglaterra x Itália no domingo, ela viu o jogo enrolada à bandeira e sorriu mais que todos os cerca de 60 presentes.
É hora dos pênaltis e Olga tem reações curiosas: Balotelli, gol! Ela aplaude fervorosamente. Montolivo perde e um inglês grita a plenos pulmões o tradicional "Come on" (vamos lá). Pirlo, que frieza, marca de cavadinha, com estilo. E ela solta um sonoro "ooooooh", impressionada. Young põe no travessão: "uooooooou", brada a italiana. Cole para em Buffon: "iupiiii", é o grito da vez. Diamanti classifica a Itália e ela responde com "Grazie, grazie" (obrigada, obrigada).
"Olha, eu não sou uma fanática por futebol, cheguei aqui só no segundo tempo, mas amo o meu país. Foi um ótimo jogo", conta Olga, que trabalha em uma agência de turismo da Itália que funciona em Varsóvia. Ela foi um dos italianos a ir ao desespero por conta dos inúmeros gols perdidos por Balotelli, o personagem do jogo. Só na primeira etapa, foram três, mas nos outros 75 minutos de jogo e prorrogação o festival de desperdícios se seguiu. "Não gosto muito dele, não sei. Não gosto muito", afirma.
Um casal americano, mas fanático pelo English Team, pensa de outra forma. "Nós realmente amamos o Balotelli. Adoramos os jogos do Campeonato Inglês e o Manchester City é nosso time preferido", conta Hannah, mulher de Daniel. Devidamente trajados com camisa da seleção inglesa, eles torcem pelo país desde que se mudaram a Londres, onde trabalham como professores de uma escola estrangeira.
Hannah diz gostar tanto dos ingleses que renunciaria o amor pelos Estados Unidos até em um confronto de ambos: "porque o time da Inglaterra é melhor", se diverte. Daniel reprova: "somos americanos, precisamos torcer por eles". Além do sentimento pela seleção, o casal concorda sobre o estranho penteado novo de Wayne Rooney, o que se especula ser um implante capilar. "Ficou lamentável, mas ele é jovem, rico, então está bem", opina a mulher, simpática.
Em uma noite marcada pelas reações a Balotelli, que provocou gritos, pulos, sorrisos e reclamações, o British Buldog Pub terminou com a alegria das italianas Olga e Jin, bem mais italianas que os 50% que elas descreveram. Agora, resta andar mais dois quilômetros e ir até o Estádio Nacional, na quinta-feira em Varsóvia, seguir Itália x Alemanha por um lugar na final. "Vamos pensar, seria incrível", diz Olga.
Terra
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