"Não podem me vetar de jogar na Seleção", diz Varejão

Recuperado de uma fratura na mão direita sofrida em fevereiro, Anderson Varejão se prepara para sua primeira Olimpíada. Aos 29 anos, o pivô do Cleveland Cavaliers está no Brasil de férias, esperando para se apresentar à Seleção Brasileira do técnico Ruben Magnano.

Nesta entrevista exclusiva ao Terra, Varejão diz que sua equipe da NBA não poderia impedi-lo de estar em Londres com a seleção e que está ansioso para entrar em quadra outra vez depois de quase três meses fora de atividade e aposta em trazer da Inglaterra uma medalha na bagagem.

Terra: Dá um frio na barriga saber que você vai disputar sua primeira Olimpíada?
Varejão:
A expectativa é muito boa e, claro, de ganhar medalha. Vamos para Londres pensando em ganhar. Estou feliz com a convocação. Todo mundo que já foi a uns Jogos Olímpicos diz que é maravilhoso, mas quero ver lá, como é que vai ser. Estou muito ansioso.

Você teve uma fratura na mão. Como está a recuperação?
Tive uma fratura na mão em 10 de fevereiro. Numa jogada boba, contra o Drew Gooden, que jogou comigo em Cleveland. Fui pegar um rebote, ele tentou recuperar, me deu uma pancada. Mas agora já estou bem, estou fazendo fisioterapia aqui no Rio com o Jatobá, que é fisioterapeuta do COB. A CBB me deixou as portas abertas para o que eu precisasse. Esta semana começo a fazer um trabalho com bola, com um técnico que vem dos Estados Unidos e vai ficar comigo até eu me apresentar à Seleção.

Muita gente chegou a duvidar que o Cleveland fosse te liberar para jogar em Londres, pelo tempo que você ficou inativo
Eu ouvi falar disso, mas ninguém nunca veio me falar sobre isso. Não podem me vetar de jogar pela Seleção se eu estiver 100%. Estou bem estou recuperado e vou estar na Seleção, sim.

O Brasil conquistou sua classificação para os Jogos Olímpicos de maneira heroica e depois disso muita gente questionou a convocação dos jogadores da NBA, principalmente Leandrinho e Nenê. Você ficou fora da polêmica. Como foi a reação de vocês sobre isso?
Não tive tempo de conversar com eles sobre isso ainda, porque alguns ainda estão jogando. Então, acho que para uma competição como essa temos que ir com força máxima mesmo. Não sei qual foi o problema deles. Se o Magnano convocou é porque ele acha que tinha que convocar, e são dois jogadores importantíssimos para a Seleção Brasileira.

Comparando a argentina do Magnano, campeã olímpica de 2004, para o Brasil do Magnano de hoje, temos um time com jogador em fim de carreira e outra com jogadores mais maduros para que possamos falar e sonhar com medalha
Acho que o Brasil chega num momento especial. Estamos quase todos numa idade em que já temos a experiência de saber ganhar no fim do jogo. E temos no comando um campeão olímpico. Não sei se as outras seleções estão em decadência. Não diria que as outras seleções estão em decadência.

E seu futuro? Como está seu contrato?
Tenho mais três anos de contrato em Cleveland, estou bem lá e espero que a próxima temporada seja melhor e que a gente consiga pelo menos chegar aos playoffs

Nos últimos dois anos você foi castigado por lesões
Joguei metade das duas últimas temporadas e foram dois anos para esquecer. A lesão no pé também foi uma fatalidade. Mas quando tem que acontecer, não tem o que fazer. Trabalhamos para que isso não aconteça. Mas quero esquecer esses últimos dois anos na minha carreira.

Entrevista concedida ao repórter do Terra

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