Após hormônios e mudança aos 12 anos, "Messi grego" mira 1ª Euro

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Fetfatzidis (número 23) é esperança da Grécia na Eurocopa. Foto: AFP

Fetfatzidis (número 23) é esperança da Grécia na Eurocopa

Pré-convocado pelo treinador Fernando Santos na quinta-feira, o grego Ioannis Fetfatzidis precisará apenas resistir ao corte de dois dos 25 jogadores chamados para chegar já aos 21 anos à primeira Eurocopa de sua ainda incipiente carreira. Tido como o jogador mais talentoso da Grécia na atualidade, Fetfa - como é chamado - tem uma história de vida bastante peculiar. E que o faz ser intitulado, em seu país, de o "Messi grego".

Aos 12 anos, Fetfatzidis deixou o Sourmena FC para se juntar ao Olympiacos, clube mais vitorioso do futebol grego. Muito habilidoso, Fetfa tinha problemas de crescimento e necessitava de hormônios para ganhar corpo. O clube de Atenas topou custear o trabalho e teria, anos depois, o Messi grego. A história é idêntica à do argentino, que aos 13 deixou o Newell's Old Boys para se juntar ao Barcelona.

Considerado uma promessa para médio prazo já na última Copa do Mundo, da qual não fez parte, Fetfatzidis chega em sua primeira grande competição internacional com a seleção grega depois de debutar já nas eliminatórias da competição. Curioso é que a estreia, em outubro de 2010 contra a Letônia, tenha sido justamente ao entrar no lugar que ocupava Sotiris Ninis.

Tido como estrela para o futuro dos gregos desde a adolescência, o também atacante Ninis, do Panathinaikos, causou impacto ao marcar com a camisa de sua seleção aos 18 anos e 46 dias, marca inédita na Grécia em 2008. Era justamente o primeiro jogo de Ninis, que não viu nada ocorrer em sua carreira nos últimos quatro anos. Não à toa, os torcedores do Olympiacos chamam Fetfatzidis de "Anti-Ninis".

Na próxima Eurocopa, é bastante provável, Ninis e o Messi grego estarão no elenco de Fernando Santos e dispostos a fazer a seleção de seus países voltar ao cenário internacional pela primeira vez desde o surpreendente título da Euro 2004. Em grandes torneios, desde a vitória sobre Portugal há oito anos, os gregos têm apenas um triunfo e na melancólica participação da Copa 2010.

O habilidoso Fetfatzidis parece ter intimidade com a Euro, pois estreou nas eliminatórias da competição e marcou dois de seus três gols com a camisa da seleção em duelo contra Malta. No vital triunfo sobre Israel pela fase de classificação, teve atuação elogiada e foi apontado o homem da partida. Curiosidade: entrou aos 15min de jogo para o lugar do lesionado Ninis.

Tido como o mais importante jogador grego da história, Vasilis Hatzipanagis tem palavras importantes sobre o Messi grego. "Ele é um grande talento e tem todos os argumentos para chegar ao topo se trabalhar duro", definiu. E foi Zico, quando treinador do Olympiacos, o responsável por dar as primeiras grandes chances a Fetfatzidis.

Se há muitos "novos Messis" espalhados pelo mundo em busca de ter 20% ou 30% do sucesso do argentino, ao menos o Messi grego pode se dizer especial. Basta olhar para a trajetória, os hormônios de crescimento e a mudança para um clube grande na adolescência. Resta corresponder às expectativas de Zico e Hatzipanagis.

Terra

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