Guardiola será substituído pelo auxiliar Tito Vilanova
"O tempo desgasta tudo e me desgastou. Esta é a principal razão. A próxima pessoa dará coisas que não posso dar, não porque não as tenho, e sim porque a exigência é muito alta e o treinador precisa estar forte, ter energia para contagiar todos os jogadores", afirmou Guardiola na sala de imprensa da equipe catalã.
Guardiola explicou que comunicou a saída ao presidente Rosell e ao diretor esportivo Andoni Zubizarrete em dezembro, mas esperou para contar aos jogadores para não desmotivá-los. E para não mudar o estilo de jogo implantado pelo atual comandante, a ideia mais claro para a diretoria do clube foi a de promover Tito Vilanova de auxiliar para treinador da equipe.
"Quando Pep nos disse que sairia, primeiro não quisemos acreditar, e depois começamos a fazer planos. E tínhamos claro que o importante era a ideia: o jogo, e com quem teríamos que aplicar esse jogo. Achamos que Pep foi generoso o suficiente para ir mostrando o caminho a ser seguido. Um dia disse a Pep: Tito. E desde então trabalhamos. Ele representa o jogo, a ideia, a preparação. É diferente de Pep, mas trabalharemos com essa ideia, esse perfil", explicou Zubizarreta.
Guardiola teria chegado a receber um cheque em branco do presidente Sandro Rosell na última quinta, para convencê-lo a renovar seu contrato com o time catalão por mais uma temporada. Nesta sexta, porém, o treinador conversou com o mandatário na Ciutat Esportiva, CT do clube, e depois teve uma reunião de quase uma hora com os jogadores no vestiário para comunicar sua decisão de deixar o clube.
"Obrigado Pep por tudo o que deu e fornecido ao Barça. Por um modelo futebolístico que não poderá ser questionado, pela defesa dos valores que nos definem como clube. Pelo teu apoio e tua estima. O agradecimento do barcelonismo será eterno para o melhor técnico da história do nosso clube", agradeceu Rosell ao treinador.
"Fica claro que Guardiola é um dos nossos e que, como disse (ao amigo) aristo) Murtra, sempre toma a melhor decisão para o Barça. Tentaremos gestionar bem o que ele nos deixa e agradecer-lo a representação que tão orgulhosos não fez sentir. Além dos títulos, eu fico com o triunfo ao orgulho. Desde que sou culé (torcedor do clube), nunca havia visto a reação que teve o Camp Nou depois do jogo de terça-feira. Isto já está no espírito culé. Esperamos administrar sua herança o melhor que podemos", acrescentou.
Ainda restam cinco jogos ao Barcelona sob o comando de Pep Guardiola, quatro pelo Campeonato Espanhol (Rayo Vallecano, Málaga, Espanyol e Bétis) e a decisão da Copa do Rei no dia 25 de maio contra o Athletic Bilbao, último jogo do treinador pelo clube. Sete pontos atrás do rival Real Madrid, a equipe catalã tem chances mínimas de conquistar o título, que seria o quarto seguido do comandante.
Com Guardiola no comando, o Barcelona conquistou 13 títulos em quatro temporadas. Então técnico do time B, ele assumiu a equipe principal em 2008/09 e na mesma campanha venceu o Espanhol, a Copa do Rei e a Liga dos Campeões. Na temporada seguinte, vieram Supercopa da Espanha, Supercopa da Europa, Mundial de Clubes e Espanhol.
O auge do supertime azul-grená aconteceu na temporada 2010/11, com um futebol exuberante e os títulos da Supercopa da Espanha, Espanhol e outra vez a Liga dos Campeões. Já na atual campanha, Guardiola conquistou Supercopa da Espanha, Supercopa da Europa e Mundial de Clubes - o 14º e último título pode ser a Copa do Rei, em que o Barcelona disputa a final contra o Athletic Bilbao.
Ex-volante formado nas categorias de base do Barcelona, Guardiola implantou no time catalão um estilo muito mais coletivo do que o do time anterior, comandado por Frank Rijkaard no banco e Ronaldinho em campo. Voltado à posse de bola e à marcação sufocante no campo do adversário, o Barcelona liderado por Messi, Xavi e Iniesta encantou o mundo nos últimos anos, mas ficou sem títulos de primeira grandeza (Espanhol ou Liga dos Campeões) pela primeira vez nesta temporada.
Terra
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