De volta, Raikkonen diz que não via F1: "outras coisas para fazer"

Raikkonen participou de entrevista coletiva antes do GP da Austrália. Foto: Getty Images

Raikkonen participou de entrevista coletiva antes do GP da Austrália

O Grande Prêmio da Austrália deste fim de semana marcará a primeira participação de Kimi Raikkonen na Fórmula 1 desde 1º de novembro de 2009, quando ele foi o 12º colocado em Abu Dhabi a bordo da Ferrari. Nesse período, o piloto da Lotus ficou praticamente sem ver as corridas da categoria, conforme contou em entrevista coletiva em Melbourne nesta quinta-feira. O motivo? Ele tinha "outras coisas para fazer".

"Não vi muito nos últimos anos, mas as pessoas são as mesmas, as mesmas coisas acontecendo", afirmou Raikkonen. "O carro parece bem similar, os pneus são ligeiramente diferentes, mas eu estava esperando mais dificuldades, eles parecem bons especialmente quando novos. Na minha cabeça não mudou muito", emendou.

Devido a essa declaração, um repórter insistiu e quis saber por que o piloto quis retornar ao Mundial sendo que nem tinha vontade de assistir às corridas. "Eu tinha outras coisas para fazer, isso não significa que não goste do esporte", respondeu o finlandês. "Se eu não gostasse, não estaria aqui. Sempre gostei de correr, mas eu estava ocupado fazendo outras coisas. Eu vi algumas provas quando estava em casa, mas não tentava procurar uma TV ou vê-las em outro lugar, como se fosse algo que eu tivesse de fazer. Estou feliz por estar de volta".

Desde que Raikkonen deixou a Ferrari, a principal mudança na F1 tem relação com os pneus. Em 2011, a fornecedora oficial, Bridgestone, foi substituída pela Pirelli. A marca italiana fabrica compostos menos duráveis, o que aumentou o número de trocas durante as etapas e também o número de ultrapassagens - devido à diferença de rendimento quando os pilotos estão com pneus novos ou usados.

"Você tem o DRS (abertura da asa traseira reduzindo atrito), é apenas um botão que você aperta, isso não muda muito a pilotagem", completou o piloto, campeão da categoria em 2007 com a Ferrari, citando outra novidade da categoria em relação à sua "primeira carreira" - o finlandês, aliás, não gosta dessa expressão.

"Não acho que esta seja a minha segunda carreira. Estive correndo o tempo todo, apenas em uma coisa diferente", disse ele, que disputou as duas últimas temporadas do Campeonato Mundial de Rali (WRC), ficando no décimo lugar da classificação em ambas. "Já dirigi em diferentes times e estou muito feliz com minha equipe - é um pessoal ótimo para se trabalhar e tento levar coisas (para eles)".

Raikkonen, que liderou dois dos quatro dias de testes da pré-temporada da F1 dos quais participou, analisou que a Lotus "provavelmente poderia ter ido um pouco mais rápida" nessas atividades na Espanha se assim o quisesse. Esse cenário não representa, no entanto, que a escuderia seja favorita de olho no GP do próximo domingo, em Melbourne.

"Não sei o que os outros estão fazendo. O carro parece bom e o tempo de volta nos testes estava OK - se é suficiente vamos saber durante o fim de semana e nas próximas corridas", afirmou o finlandês, um dos seis campeões mundiais no atual grid da categoria. Os outros são o espanhol Fernando Alonso, os alemães Sebastian Vettel e Michael Schumacher e os ingleses Lewis Hamilton e Jenson Button.

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