Seleção inicia ano olímpico e "gestão Andrés" em meio à agitação política

Andrés Sanchez estreia em cargo no amistoso contra a Bósnia. Foto: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação

Andrés Sanchez estreia em cargo no amistoso contra a Bósnia

No ano em que mais uma vez buscará a inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, a Seleção inicia os trabalhos em St. Gallen, na Suíça, com um amistoso contra a Bósnia nesta terça-feira. O jogo marca e marca a estreia do diretor de Seleções Andrés Sanchez no cargo em meio à agitação política na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Contratado para ser um elo entre Mano Menezes e Ricardo Teixeira, Andrés se envolveu em polêmica antes mesmo de sua primeira viagem com a delegação brasileira. Ouviu reclamações do São Paulo por causa da convocação de Lucas, bateu boca com Emerson Leão por meio de declarações pela imprensa e acabou liberando o são-paulino para jogar o clássico de domingo contra o Palmeiras antes de se apresentar à Seleção.

O episódio marca um problema que deve ser uma constante durante o ano de 2012. Com um calendário que não prevê parada em campeonatos nacionais para a disputa de jogos em data Fifa e nos Jogos Olímpicos de Londres, protestos e pedidos de liberação dos clubes marcarão cada convocações e exigirão jogo de cintura do dirigente.

A presença de Andrés, como ficou evidente nesta primeira polêmica, servirá para dividir o foco, que antes estava todo em Mano, e dar tranquilidade para o trabalho do treinador. No último ano, Mano acumulou derrotas para França e Alemanha e uma eliminação na Copa América que colocaram em dúvida sua permanência na frente da Seleção. A CBF garante sua presença até a Copa de 2014, mas o resultado na Olimpíada terá grande peso na sequência de seu trabalho.

Bastidores

A Seleção Brasileira terá como desafio neste primeiro amistoso se isolar da agitação política na confederação que a dirige. Na quarta-feira, apenas um dia após o jogo, uma reunião convocado por Ricardo Teixeira irá oficialmente discutir temas administrativos, mas terá também como missão apaziguar a guerra política iniciada com os rumores de que o presidente deixaria o cargo.

Por meio de sua assessoria, Teixeira sempre negou que renunciaria. Mas as denúncias contra o presidente, seu desgaste junto à opinião pública e o boato de sua saída contribuíram para que federações se articulassem tendo em vista à sucessão na entidade.

Teixeira não irá à Suíça, mas sua imagem inevitavelmente está ligada à Seleção. Quando apresentou sua lista para o amistoso, o técnico Mano Menezes foi questionado sobre o assunto e mostrou desconforto por ter de falar sobre questões extra-campo. Não deve ser diferente na preparação para o amistoso desta terça-feira. Os jogadores se apresentam entre hoje e amanhã e realizarão apenas um treino antes do duelo.

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