Com casa cheia, Almagro é tri no Brasil e supera marca de Guga

Almagro se sagrou tricampeão do Aberto do Brasil com a vitória sobre o italiano Volandri. Foto: Marcelo Ferrelli/Inovafoto/Divulgação

Almagro se sagrou tricampeão do Aberto do Brasil com a vitória sobre o italiano Volandri

Diante de casa cheia no Ginásio do Ibirapuera, o espanhol Nicolás Almagro se tornou o maior campeão da história do Aberto do Brasil. Mesmo sem uma grande apresentação, o número 11 do mundo confirmou o favoritismo na tarde deste domingo diante do italiano Filippo Volandri, o 69, e conquistou o título ao vencer por 2 sets a 1, com parciais de 6/3, 4/6 e 6/4 em duas horas e um minuto de jogo.

Almagro, que já somava troféus em 2008 e 2011, superou assim a marca de Guga, com quem dividia o posto de maior campeão do torneio com dois troféus cada. O brasileiro havia triunfado em 2002 e 2004. Entre 2001 e 2011 o evento era organizado na Costa do Sauípe, na Bahia, e nesta temporada foi transferido para São Paulo.

Em um jogo morno no qual os tenistas oscilaram muito e abusaram dos erros não forçados, bastou um bom game do espanhol para ele confirmar a vitória. Quando Volandri sacava em 4/5 no terceiro set, o italiano errou uma esquerda após longa troca de bolas que provocou o match point.

Era o primeiro break point em toda a terceira parcial, mas o italiano se salvou com uma bola vencedora. Foi então que Almagro elevou o nível e, após bater algumas esquerdas, fugiu para encaixar uma direita vencedora de dentro para fora. No segundo match point, o italiano espirrou o forehand logo na segunda bola, quando tentava atacar.

Virando-se para seu box, Almagro comemorou bastante o 11º título da carreira e até vestiu uma camiseta com as palavras "eu" e "Brasil" escritas à caneta acompanhadas do desenho de um coração. O número combina com a sua posição atual no ranking mundial: 11ª. Todos os troféus do atleta em ATP vieram sobre quadras de saibro, como as de São Paulo.

O jogo

Assim como no sábado, o público foi novamente bom no Ginásio do Ibirapuera. O local, com capacidade para 10 mil pessoas, tinha poucas cadeiras vazias, ainda que o brasileiro Thomaz Bellucci tivesse sido eliminado na semifinal por Volandri. E o italiano começou melhor a partida, encaixando uma devolução de backhand (esquerda) muito profunda na paralela para abrir 2/0.

Almagro, porém, reagiria e rapidamente fez 6/3, convertendo três de quatro break points colecionados em toda a parcial. O espanhol vinha servindo bem durante a semana e havia perdido apenas um game de saque nas três partidas anteriores. No segundo set, contudo, os nove aces que conseguiu de nada adiantaram: inspirado, Volandri criou duas oportunidades de quebra, confirmou uma e salvou todas as cinco obtidas pelo rival.

Um ponto retrata bem a mudança do panorama do jogo: sacando em 3/2, Volandri confirmou a vantagem com um belo backhand na paralela que tocou a linha. A torcida vibrou, querendo ver a disputa de um terceiro set, enquanto Almagro balançou a cabeça como se não acreditasse na jogada.

Sob pressão, o italiano ainda precisou salvar um break point no décimo game, porém conseguiu manter o serviço e fazer 6/4. No último ponto, um voleio curto com categoria que levantou a torcida no Ibirapuera.

Vaiado em alguns momentos na partida contra Bellucci, o italiano agora parecia jogar em casa. Na terceira parcial, entretanto, os fãs voltaram a se dividir e aplaudiram bastante Almagro quando ele venceu um ponto que incluiu deixadinha e passada de esquerda. Isso aconteceu no sexto game, em que Volandri confirmou o saque e empatou o marcador por 3/3 sem maiores dificuldades.

Embora fosse capaz de jogadas como aquela, o espanhol não vivia um grande dia e oscilava bastante. O saque evitava maiores dificuldades - foram 18 aces no confronto e sete no terceiro set, durante o qual ganhou todos os 14 pontos disputados com seu primeiro serviço. Em meio a poucos gritos de "vai, Volandri!" de um lado e "vamos, Almagro!" de outro, o clima no ginásio era mais bem morno que no sábado e na sexta-feira.

Isso acontecia não apenas devido à ausência de Bellucci em quadra, mas porque ambos os rivais alternavam bons e maus momentos e não tiveram nenhuma dificuldade para confirmar seus serviços até que o placar apontasse Volandri em desvantagem de 4/5, mas com o saque.

Então o duelo esquentou. A torcida lamentou com um "ah" os dois primeiros pontos do game - um erro não forçado para cada jogador. Com 30-15, Volandri errou uma esquerda boba e no 30-30 se equivocou novamente no mesmo golpe após uma longa e dramática troca de bolas. Valente, o italiano levantou a torcida ao salvar o primeiro match point com um winner, mas não resistiria a seguir, perdendo a chance de conquistar o terceiro título da carreira - e o primeiro desde 2006 - com um erro de direita.

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