Nadal comemora vitória sofrida contra Berdych em Melbourne; ele pegará Federer pela 27ª vez na carreira
A vitória em quatro horas e 16 minutos valeu uma vaga para Nadal enfrentar Roger Federer na semifinal em Melbourne. Mais cedo, durante a madrugada desta terça-feira, o suíço havia batido o argentino Juan Martín del Potro por 3 a 0, com 6/4, 6/3 e 6/2, após uma hora e 59 minutos de jogo.
Federer, único tenista que ainda não perdeu set algum na Austrália, enfrentará Nadal pela 27ª vez na carreira. Por enquanto, a vantagem do espanhol é grande, com 17 vitórias, mas 12 delas vieram nos 14 confrontos disputados no saibro, piso favorito do atual número dois do mundo. Em quadras duras, semelhantes às de Melbourne, foram realizados nove jogos, com cinco êxitos para o suíço. Os outros três encontros foram na grama, com 2 a 1 a favor do terceiro colocado do ranking.
Nadal, de qualquer forma, levou a melhor no único embate organizado na Rod Laver Arena, ginásio principal do torneio australiano. Na decisão de 2009, triunfou por 3 sets a 2, parciais de 7/5, 3/6, 7/6 (7-3), 3/6 e 6/2. Curiosamente, dois dias antes daquela final ele havia superado uma batalha parecida com a encarada contra Berdych, permanecendo em quadra por cinco horas e 14 minutos até bater na semi o compatriota Fernando Verdasco em cinco sets: 6/7 (4-7), 6/4, 7/6 (7-2), 6/7 (1-7) e 6/4. O duelo com Federer está marcado para a próxima quinta-feira.
O jogo
Nadal não havia perdido nenhum set em sua campanha no Aberto da Austrália até esta terça. Diante de Berdych, sétimo colocado do ranking mundial, a primeira parcial foi tão equilibrada que, quando o checo sacava em 5/5 e 40-15, os números mostravam que cada atleta havia colecionado 13 winners e dez erros não forçados.
A partir daí, Berdych elevou o nível até ter um 0-40 no game seguinte. Na hora de fechar o set, o checo errou uma bola fácil de direita, depois tomou uma passada e um bom saque. Nadal ainda cedeu um novo set point, mas se safou e seguiu animado rumo ao tie-break, em que abriu 5/3.
Berdych, contudo, reagiu e virou o marcador em um ponto polêmico, no qual atacou com uma bola funda que aparentemente foi fora. O juiz de linha não gritou, Nadal parou momentaneamente, procurando uma resposta de seu tio e treinador, Toni, que estava nas arquibancadas, e esboçou seguir no ponto.
Depois de Berdych fazer um winner, o espanhol tentou utilizar o desafio eletrônico, mas Carlos Bernardes não permitiu, alegando que o jogador havia seguido na jogada. Após um longo bate-boca com o juiz, Nadal sofreu um ace.
Desconcentrado e ainda descontente com o brasileiro, Nadal teve de encarar um duplo break point logo no primeiro game do segundo set. Berdych errou um voleio relativamente fácil e permitiu a reação do rival, que vibrou muito ao conseguir uma passada e obter a primeira quebra de serviço do jogo, fazendo 3/1.
Ele manteve a vantagem até 5/3, quando foi surpreendentemente quebrado. No tie-break, de novo começou melhor e abriu 4/1, mas sofreu três pontos seguidos do checo. Animado, Berdych chegou ao set point e dominou todo esse ponto até subir a rede no forehand do adversário e encaixar um voleio na paralela. Nadal não se deixou surpreender com a jogada no contrapé e encaixou um contragolpe forte, porém no meio da quadra. Mesmo com um bom espaço aberto, o checo voleou de esquerda e viu a bola sair pelo lado.
Este seria um ponto decisivo na partida, visto que com um erro não forçado de direita do oponente Nadal faturou o set e empatou o placar. Ele ainda teve o serviço quebrado na primeira vez em que sacou na terceira parcial, mas deu o troco na sequência. A confiança do checo de 1,96 m não era mais a mesma, nem a constância do primeiro serviço, que lhe rendeu 17 aces em todo o embate.
Com uma nova quebra, o espanhol abriu 2 sets a 1 e converteu outro break point já no início da quarta parcial. Acuado, Berdych precisava lutar para confirmar o seu serviço praticamente em todas as ocasiões e criou apenas mais uma oportunidade para voltar à partida: foi quando Nadal sacou em 2/3 e 15-40. Dois bons ataques do número dois do mundo, no entanto, tiraram-no da situação difícil.
Depois da batalha, o campeão do Aberto da Austrália de 2009 seguiu vivo na busca por mais um título. Caso chegue à decisão, pode ter a chance de construir uma revanche contra o sérvio Novak Djokovic, que está do outro lado da chave e enfrenta nesta quarta-feira o também espanhol David Ferrer pelas quartas de final. Em 2011, Djokovic e Nadal se encontraram na final de seis torneios, sempre com vitória do atual líder do ranking, sendo duas em decisões de Grand Slams: em Wimbledon e no Aberto dos Estados Unidos.
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