Com chance ímpar, Brasil é cobrado por feito inédito no Mundial

Brasil sonha com medalha inédita no Mundial para alavancar esporte. Foto: Edson Lopes Jr/Terra

Brasil sonha com medalha inédita no Mundial para alavancar esporte

O Brasil tem neste mês de dezembro uma oportunidade única de alavancar a popularidade do handebol entre a população ao receber o 20º Campeonato Mundial feminino em São Paulo. Mas, ao mesmo tempo, a pressão aumenta consideravelmente sobre as jogadoras, cientes da responsabilidade de obter um resultado expressivo em solo pátrio, corresponder às cobranças e apresentar um desempenho inédito ao time comandado pelo técnico Morten Soubak para conseguir aumentar os incentivos sobre o esporte.

A Seleção feminina tem como melhor campanha em um Mundial o sétimo lugar obtido em 2005, na Rússia. De lá para cá, porém, a equipe nacional teve participações discretas nas edições seguintes: foi 14º em 2007 e, dois anos depois, terminou em 15º. Agora, em casa, as brasileiras dizem após cada vitória que estão preparadas para buscar um resultado inédito, até mesmo um pódio.

Antes do Mundial, houve uma série de reuniões entre membros do Ministério do Esporte e a Seleção Brasileira feminina de handebol. Nos encontros, as jogadoras eram informadas da importância de obterem um resultado expressivo no torneio, se possível culminando em presença no pódio. Com isso, a possibilidade de o handebol ganhar mais incentivos e visibilidade aumentaria consideravelmente.

"Não é que tenha sido uma reunião, mas recebemos algumas visitas", contou Rita Orsi, supervisora da Seleção Brasileira no Mundial de handebol. "Não foi uma pressão, mas foi dito que, se quisermos mais espaço na mídia e mais apoio financeiro, precisávamos de um grande desempenho aqui. É uma via de duas mãos", amenizou.

O Terra entrou em contato com o Ministério do Esporte em busca de uma posição oficial, mas não obteve resposta. Apenas foi dito, via assessoria de imprensa, que reuniões desta magnitude são "normais" antes de grandes competições.

Mas nem a pressão externa parece tirar o foco da Seleção Brasileira, ciente da responsabilidade que possui em mãos em São Paulo. Depois de quatro vitórias consecutivas na competição e a classificação no primeiro lugar do Grupo C, as jogadoras sabem que só dependem de si mesmas para um resultado inédito para o handebol feminino em Mundiais.

"Eu cheguei a dizer em 2008, depois da Olimpíada de Pequim, que meu ciclo na Seleção tinha terminado, mas fiz de tudo para voltar quando soube que o Mundial de 2011 seria no Brasil. Sabia que era a tudo o que precisávamos", comentou a goleira Chana, 32 anos, mais veterana do elenco verde-amarelo na competição. "Só que isso também significava ter resultado, demonstrar que merecemos o apoio. Temos que mostrar resultado, senão fica muito difícil", apontou.

A Seleção parece acompanhar a filosofia da goleira. A armadora Duda Amorim declarou o desejo de "fazer história" neste Mundial de São Paulo, enquanto a pivô Dani Piedade ganha um brilho nos olhos ao falar da possibilidade de popularizar o handebol em solo pátrio.

"Sempre ficamos no 'se' ou no 'quase' porque pecamos em detalhes. É uma obrigação ir bem aqui, pois podemos explodir na mídia e mostrar que o handebol é um esporte muito bonito. Queremos que o povo se apaixone pela nossa modalidade e que tenhamos uma liga forte, como o vôlei conseguiu, com os grandes astros jogando aqui", exaltou Dani.

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