Segundo o advogado do Palmeiras, João Vitor manteve a tranquilidade apesar da agressão sofrida
O volante João Vitor, agredido por um grupo de torcedores do Palmeiras em frente à loja oficial do clube na última terça-feira, na Rua Turiassu, ao lado da sede do clube alviverde, tinha ido ao local para "imprimir nomes" em algumas camisas da equipe do Palestra Itália. O meio-campista foi abordado instantes depois por membros de uma organizada do clube, que o agrediram.
"O João está tranquilo, ele é aguerrido e corajoso, não se abateu. Conseguiu conduzir isso da melhor forma possível. Ele tinha ido imprimir nomes na loja do Palmeiras, pois camisa ele ganha aos montes. Ele tinha ido pedir para gravar alguns nomes nas camisas", afirmou o advogado palmeirense, André Sica, na saída do 23º distrito policial, na Lapa.
O Palmeiras emitiu um comunicado oficial em seu site e prometeu se pronunciar sobre o caso da agressão ao jogador somente após uma investigação completa das autoridades.
Segundo o boletim de ocorrência, divulgado nesta quarta-feira, João Vitor alegou que, ao sair da loja, foi abordado por um torcedor que o ofendeu e cobrou um melhor desempenho da equipe nesta temporada. O mesmo indivíduo ainda chutou seu carro, motivando seu cunhado e seu amigo a descerem do veículo para encerrar a discussão.
Neste momento, o torcedor tentou agredir o jogador, que, juntamente com seu amigo e seu cunhado, teriam tentado apenas se defender. Logo na sequência, outros membros da torcida do Palmeiras se juntaram à confusão, segundo a versão do atleta palmeirense. Por outro lado, o torcedor afirmou que apenas cobrou mais garra de João Vitor, negando ter chutado o carro. Além disso, deixou claro que as agressões partiram dos amigos do volante.
Após a agressão, João Vitor apresentou apenas algumas escoriações no rosto e pelo corpo.
Posição oficial após jogo com o Flamengo
Como João Vitor não é um dos líderes do elenco e sequer é considerado titular da equipe, o teor das agressões poderia até ter envolvimentos políticos, conforme pessoas ligadas ao Palmeiras. O clube não irá se pronunciar de maneira oficial até a próxima quinta devido ao compromisso contra o Flamengo nesta quarta, às 21h50 (de Brasília), no Engenhão - o jogo é crucial para as pretensões do time alviverde no Campeonato Brasileiro.
Contudo, para o jogo contra o Flamengo, a equipe não contará com Kleber. O jogador não embarcou para o Rio de Janeiro com o restante da delegação, após ter se desentendido com a diretoria quanto à posição do clube diante do caso de João Vitor.
Atleta passa bem se manteve tranquilo
Ao longo de toda a noite, João Vitor alternou algumas horas no Hospital São Camilo, depois circulou por duas delegacias distintas - primeiro no 23º DP, em Perdizes, e depois no 7º DP, na Lapa, onde passou cerca de quatro horas. O atleta optou pelo silêncio e não quis conversar com a imprensa, dizendo apenas que "fala amanhã (quarta-feira) no CT". Contudo, o Palmeiras já vetou qualquer palavra oficial do jogador antes do duelo contra o Flamengo.
Assustado com o desenrolar dos acontecimentos, o volante demonstrou tranquilidade durante todo o tempo, de acordo com o departamento jurídico alviverde. Ele passará por exames de corpo de delito e outros trâmites adicionais apenas a partir da próxima semana, a pedidos do próprio clube - o volante passa bem e não teve ferimentos graves. Além disso, o imbróglio envolvendo a agressão deve demorar mais alguns dias.
B.O. do torcedor
Wellington, como foi identificado o torcedor que se desentendeu com o jogador, fez B.O. contra João Vitor alegando que o atleta teria o agredido primeiro. Duas testemunhas estiveram presentes na delegacia, mas o advogado André Sica adiantou que ambas "não acrescentaram muito aos depoimentos". A versão dada pelo torcedor - que teria inúmeras tatuagens pelo corpo com o nome da principal organizada do Palmeiras - apresentou diversas contradições, conforme verificou a reportagem.
"Os torcedores se colocam como vítimas. Peço desculpas, mas não vou entrar em detalhes, só depois do jogo. O B.O. está escasso, mas nesse primeiro momento ninguém fez acusações. Todos deram versões escassas. Os torcedores disseram que não viram como e de onde veio. Foi feito um B.O. conjunto, o João deu uma versão genérica, o torcedor deu a dele como vítima, e tiveram mais duas testemunhas que não acrescentaram muito", finalizou o advogado do Palmeiras.
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