Valcke defende gasto público em estádios e enaltece "poder do futebol"

Jerome Valcke fez questão de se corrigir rapidamente e, segundos depois de cometer a gafe, reforçou que todos os estádios estarão prontos no mais .... Foto: AP

Jerome Valcke defendeu gastos públicos na Copa do Mundo de 2014

Uma das principais críticas da população brasileira com relação à Copa do Mundo de 2014 foi defendida com veemência nesta quinta-feira pelo secretário geral da Fifa, Jeróme Valcke, que teve encontro informal com jornalistas brasileiros. De acordo com o dirigente, o dinheiro público gasto nos estádios do Mundial é necessário para fortalecer o esporte no País.

Ressaltando o "poder do futebol", Valcke afirmou que o esporte é uma religião em solos brasileiros e que tudo que gira em torno dele vai muito além do dinheiro aplicado nas 12 arenas que serão criadas ou reformadas.

"No Brasil temos uma mistura de financiamento público e privado. Os fundos públicos servem para garantir que o trabalho deve se começar. O futebol no Brasil não é só um esporte é uma religião. Penso que a Copa do Mundo não só no Brasil, mas cada vez que organizamos um evento deste tipo, é sempre uma maneira de melhorar a estrutura do futebol nos países", disse.

"As pessoas dizem que o futebol é o primeiro esporte do mundo, mas não apenas uma plataforma. É a melhor maneira de reunir as pessoas, de superar os problemas, o futebol tem um poder único e o estádio é onde o futebol acontece, onde as partidas são jogadas, onde se reúnem 40 mil, 50 mil pessoas para verem os jogos, ele reúne as pessoas. Elas podem considerar que o futebol gira em torno do dinheiro, mas o poder do futebol vai além disso", completou.

Com relação ao alto custo gasto para infraestrutura, com melhorias em estradas, aeroportos e outras necessidades para o Mundial, Valcke fez questão de ressaltar o legado que essas ações deixarão após a competição.

"Ninguém consegue organizar algo sem investir dinheiro. Talvez os Estados Unidos e a Alemanha, que já tinham estádios e meios de transporte prontos. Mesmo a França, para a Euro de 2016 está construindo estádios, investindo. É preciso ter dinheiro e ter dinheiro público quando se trata de infraestrutura, de transportes. Tudo o que for feito em termos de infraestretura deixará um legado para as cidades que organizarem a copa. O que se diz aí é que esse dinheiro será gasto pela Copa, mas esse dinheiro talvez tivesse sido gasto nos dez anos seguintes. A Copa apenas acelera o processo".

Valcke afirmou ainda que o dinheiro gasto nos estádios será ínfimo com relação a este legado deixado pela Copa do Mundo. Para o dirigente, o Mundial serve como vitrine do Brasil para o mundo.

"Temos 32 dias para utilizar a Copa do Mundo como plataforma para ajudar um monte de causas. O dinheiro que será gasto nos estádios não se compara ao que será gasto nas estradas, nos aeroportos. Esse dinheiro é uma parte que vai para o futebol em si. A maior parte dele será utilizada para modificar o País. Serão investimentos para o futuro. Digo sim que é muito dinheiro, mas temos que ver o panorama geral e ver o que significa depois como legado".

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