Brasil joga decisão inesperada para evitar fiasco no início da era Mano

Mano Menezes acompanhou atentamente a movimentação de Robinho, um dos jogadores questionados após o empate sem gols diante da Venezuela. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Mano Menezes pode optar pela volta de Robinho aos titulares contra o Equador

O fraco início de Copa América, com empates diante de Venezuela e Paraguai, criou para a Seleção Brasileira uma decisão inesperada nesta quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), quando enfrentará o Equador pela sobrevivência no primeiro desafio de Mano Menezes no cargo. Uma derrota no Estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba, irá configurar um fracasso que o País não vive no torneio desde a eliminação na fase inicial de 1987.

A situação poderia ser ainda pior, mas os três gols sofridos pela Costa Rica diante da Argentina deixaram o Brasil precisando só de um empate para avançar. De qualquer forma, a equipe entrará pressionada pela possibilidade de um vexame e também pelo fraco futebol apresentado nos empates diante de paraguaios e venezuelanos.

Durante a semana, Mano e seus jogadores se esforçaram para defender as atuações. "Não fomos brilhantes, mas de forma acidental sofremos dois gols e complicamos um jogo em que estávamos caminhando de forma satisfatória", disse o técnico. "A equipe do Paraguai não massacrou do jeito que vocês estão dizendo", completou o zagueiro Lúcio.

O fato, porém, é que além de garantir a classificação, a Seleção de Mano precisa ser mais convincente para se afastar de críticas. O técnico continuará seu trabalho mesmo em caso de fracasso, mas terá de viver com uma pressão crescente que pode atrapalhar a renovação planejada visando a Copa de 2014.

A necessidade de reação exigiu uma "intervenção" do zagueiro Lúcio. Mais experiente do grupo, o capitão concedeu uma entrevista dura, com cobranças de maior responsabilidade, seriedade e comprometimento na Seleção. "Aqui não é só uma vitrine, cada um tem que saber o peso e a responsabilidade que a essa camisa tem", afirmou.

O discurso foi encarado como uma cobrança aos mais jovens do grupo, situação que tentou ser contornada por outro jogador experiente, o goleiro Júlio César. "Vamos deixar bem claro que o Lúcio não impôs aquilo para a molecada. Até porque aqui não tem nenhum moleque. Vamos deixar bem claro que aqui ninguém está puxando orelha de Neymar, Ganso, Lucas ou de qualquer mais um novo", disse.

Dentro de campo, Mano só confirmará a escalação minutos antes da partida. Nos treinos, testou a volta de Robinho no lugar de Jadson e Maicon em substituição a Daniel Alves. O lateral titular falhou no segundo gol paraguaio, foi indiretamente criticado por companheiros e por Mano e terá de reconquistar seu espaço.

Uma particularidade do encontro desta quarta é que o Brasil entrará em campo sabendo exatamente o que precisa fazer para ser primeiro, segundo ou terceiro do grupo. Os adversários possíveis em caso de classificação são Chile, Venezuela, Paraguai e Peru.

Pela vitória

Só os três pontos diante do Brasil classificam o Equador para as quartas de final, feito não obtido pelo país desde 1997. Por isso, a pressão em cima dos equatorianos também é grande, a ponto de o presidente da Federação Equatoriana de Futebol, Luis Chiriboga, dizer que a sua seleção joga "sem alma, sem vida e sem ideais".

O meio-campista Antonio Valencia, destaque da equipe, sofreu uma lesão no joelho e está fora do duelo. Na Copa América, o Brasil soma 11 vitórias e apenas um empate diante do freguês histórico. Uma vitória inédita soaria como um feito para os equatorianos.

FICHA TÉCNICA
BRASIL X EQUADOR

Local: Estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba (Argentina)
Data: 13 de julho de 2011, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Roberto Silvera (Uruguai)
Assistentes: Miguel Nievas (Uruguai) e Hernán Maidana (Argentina)

BRASIL: Júlio César; Maicon (Daniel Alves), Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas Leiva, Ramires e Paulo Henrique Ganso; Robinho (Jadson), Alexandre Pato e Neymar
Técnico: Mano Menezes

EQUADOR: Marcelo Elizaga; Gabriel Achillier, Frickson Erazo, Norberto Araujo e Walter Ayoví; Oswaldo Minda, Cristian Noboa, Segundo Castillo e Michael Arroyo; Christian Benítez e Felipe Caicedo
Técnico: Reinaldo Rueda

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