Depois de acidente grave, André Luiz conseguiu reagir no para-atletismo
Bronze no Parapan do Rio e prata no Mundial de atletismo em 2011, André Luiz de Oliveira, tem boas expectativas para os Jogos de Guadalajara em 2011. "Realizando uma boa prova, com certeza posso sair com medalha. Estou treinando para isso", disse o atleta, por enquanto pré-convocado para o evento.
Competindo pela categoria T-44, atletas com lesões abaixo do joelho ou amputados, André, também conhecido como Andrezão, é hoje o melhor para-atleta brasileiro no salto em distância. Neste ano, ele ficou em segundo lugar no Mundial de atletismo na Nova Zelândia, atrás somente do alemão Marcus Rehm.
Mas, a história de Andrezão no atletismo começou quando ele ainda tinha 10 anos e sem qualquer deficiência aparente. Enquanto acompanhava os treinos do irmão mais velho, que competia, ele corria e pulava as barras por brincadeira, até que um dia, o técnico o chamou para disputar pela categoria mirim. André seguiu treinando e competindo como atleta convencional até os 24 anos, quando sofreu um acidente.
Durante um treino, em Americana, para o Mundial de atletismo em 1997, ele se machucou e rompeu o nervo do joelho, ficando somente com um ligamento na perna esquerda. "Como atleta normal, eu estava forte, me preparando para um mundial, treinando, super bem", disse ele sobre a época antes da lesão no joelho.
André ficou afastado das pistas por dois anos, até que começou a arbitrar pela Federação Paulista de atletismo. Mas, foi só em 2005, que ele teve o primeiro contato com o paradesporto e a ideia de voltar a competir como um atleta adaptado. "Na primeira competição paraolímpica nacional, tudo era surpresa: eles para mim e eu para eles. Não sabia como os outros atletas corriam e nem mesmo como eu corria", contou ele.
De lá para cá, ele evoluiu cada vez mais no atletismo, começou a conquistar títulos e, inclusive, voltou a competir na modalidade salto em distância. Andrezão foi bronze no Parapan do Rio, vice-campeão no revezamento na Paraolimpíada de Pequim e já conquistou dois bronzes e um ouro em Copas do Mundo.
A meta de André, agora, é treinar bem para conquistar medalha no Pan-Americano de Guadalajara e depois já começar a pensar na Paraolimpíada de Londres, em 2012.
Nessa nova fase como atleta, André conta que teve que aprender algumas táticas ao competir, como, por exemplo, a queda depois dos saltos: hoje ele procura proteger a perna esquerda, fechando o salto pela direita. Ele mostra também que, aos poucos, deixa para trás a lembrança do acidente: "como atleta convencional, sem o acidente, teria conseguido todos esses títulos? Não sei".
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