A Secretaria Municipal de Esporte e Turismo (Seest) de São Caetano do Sul lançou nesta quinta-feira o projeto do Centro de Detecção de Talentos, programa para garimpar jovens atletas no município, como parte da renovação iniciada em janeiro com o anúncio de um corte orçamentário de cerca de R$ 1 milhão.
Com a redução de verba para o esporte no início do ano, haviam sido dispensados cerca de 720 atletas do quadro do município, incluindo nomes importantes, como a judoca bicampeã pan-americana Edinanci Silva, e Diogo Silva, medalhista de ouro do taekwondo no Pan do Rio de Janeiro, em 2007.
No entanto, nesta quinta, o secretario Mauro Chekin afirmou que o primeiro corte fazia parte do projeto para a reformulação do Esporte na cidade e boa parte dos atletas dispensados foi recontratada. Edinanci e Diogo aceitaram ter seus salários reduzidos e continuam a competir por São Caetano.
"Vamos deixar claro: dos 720 dispensados, uma média de 600 esportistas estão retornando, incluindo atletas dispensados anteriormente ou novos contratados. Hoje, nós só não vamos mais ter biribol, boxe, kickboxe e caratê. Em todas as outras modalidades, teremos atletas competindo por São Caetano", disse Chekin.
"Verificamos o custo-benefício de cada atleta. Todo mundo se queixou que o Diogo, que é atleta olímpico, estava sendo jogado na rua, mas ele continuou aqui. Hoje, temos 28 atletas em nível olímpico ou pré-olímpico", completou.
Com a criação do Centro de Detecção de Atletas, a prefeitura volta os esforços para as categorias de base de 11 modalidades (basquete, vôlei, handebol, atletismo, natação, ginástica rítmica e artística, judô, tênis de mesa e de campo e futebol). O principal trabalho será uma "peneira" que atenderá aproximadamente 8,5 mil jovens de oito a 17 anos que estudam em escolas municipais de São Caetano.
De acordo com Chekin, o trabalho é focado no longo prazo, e não na formação para atletas de alto nível para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
"Se forem talentos, sim (pode haver atletas deste projeto na Olimpíada 2016). Um talento pode explodir a qualquer momento. Se não, não. Precisamos de oito a nove anos para que possam surgir atletas de alto nível e de alto rendimento", disse.
São Caetano do Sul foi a cidade vencedora de 13 das últimas 14 edições dos Jogos Abertos do Interior, mas, segundo o prefeito José Auricchio Júnior, o modelo atual de gestão de atletas está ultrapassado e, por isso, foi necessário reformular o quadro de esportistas contratados pelo município.
"Tínhamos um modelo relativamente fadigado. Não tem sentido uma cidade sozinha ganhar 13 competições dentro de 14 que disputou dos Jogos Abertos do Interior. Acho que a renovação, agregada a um projeto para o futuro, juntou-se à questão orçamentária. Era necessária uma troca de atletas. Havia atletas que disputavam competições por São Caetano há mais de 10 anos. Era hora de renovar", explicou.
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