Saiba mais do brasileiro que trocou gramados por mesas do pôquer

Paulo Rink. Foto: Divulgação

Rink brilha no pôquer: vitória contra 821 adversários

À primeira vista, futebol e pôquer são esportes totalmente diferentes. Paulo Rink, ex-jogador da seleção alemã, do Atlético-PR e do Bayer Leverkusen, vê muitas semelhanças entre os dois. Tanto que já encontrou, nas cartas, um pouco do sucesso que teve em 16 anos como profissional da bola.

Rink falou com exclusividade ao Terra dias depois de conseguir seu segundo grande feito como jogador de pôquer. Entre 822 adversários, ele venceu uma seletiva para o PCA do Caribe gastando apenas US$ 33 dólares. "É como a Copa do Mundo ou a Liga dos Campeões", diz ele, que já havia tido uma proeza semelhante. Com US$ 10, conquistou vaga para um torneio em Mar del Plata, na Argentina, recentemente.

De acordo com Paulo Rink, só a inscrição para o PCA do Caribe custava US$ 14 mil dólares. "Estava na internet e ganhei essa vaga, inclui até 10 dias de hotel. Estou tentando me realizar com contratos e viajo junto da família para me divertir. Vou para curtir meus familiares e me concentrar no jogo. Levo isso até como um trabalho", conta.

De fato, o hobby já vai se tornando fonte de renda para Paulo Rink. Ele está prestes a firmar um contrato de patrocínio com a empresa canadense Mukibet, especializada no pôquer. Assim, terá uma cota mínima de torneios para participar, se juntando a nomes como o ex-tenista alemão Boris Becker, o ex-jogador Christian Vieri e o ex-piloto Gualter Salles.

O sucesso tão rápido nessa modalidade surpreende até o próprio Paulo Rink. A aventura no pôquer começou no início de 2009 e ele até então não havia jogado. A Pokerstars, outra empresa do ramo, o levou para uma competição. "Joguei dois torneios como convidado e eu tinha um medo danado de jogar com dinheiro alto, mas me deram as inscrições. Cheguei entre os melhores classificados com total inexperiência, cheguei na premiação dos dois. O pessoal viu que eu tinha talento".

A relação pôquer x futebol

A tranquilidade para cobrar um pênalti, para esconder o destino de um passe ou para superar um marcador truculento. Paulo Rink tem convicção de que essas lições dos tempos de centroavante, neste momento, podem ser aplicadas nas mesas de jogo. "Eu transfiro a frieza do futebol, de jogar com pressão e estádio cheio. Nesse jogo a leitura corporal é muito importante e você mantém a tranquilidade se tem boas cartas. Eu não sinto a pressão, mas tem cara que treme as mãos. Essas expressões entregam muito".

Rink diz fazer o perfil de jogador comedido. Não gosta de grandes apostas e fica indignado quando sabe que alguém perdeu muito dinheiro na mesa de jogo. "Nunca pagaria US$ 15 mil para entrar em um torneio. Você tem que ter cuidado para não passar dos limites, ter sempre a cabeça no lugar e não se empolgar, não ser curioso. Tudo que é tentação você corre o risco de se dar mal, tem que saber fugir", acrescenta.

Ao contrário do que poderia se supor, Paulo Rink nega que tenha participado do pôquer em seus tempos de jogador, quando a febre, segundo ele, era o videogame. Hoje, Rink acredita que o baralho de fato tenha invadido a vida dos atletas, mas diz nunca ter visto um deles em torneio de cartas.

Nem mesmo Vanderlei Luxemburgo, sobre quem a revista da ESPN especulou até uma derrota de R$ 1 milhão no pôquer, Paulo Rink já viu. "Nunca vi, não sei como ele joga e os valores, então não posso analisar. Se ele é treinador, pode jogar, mas que isso não lhe atrapalhe. Ele é muito bom treinador e passa por uma fase difícil", opina. Ele se revolta com a possibilidade de alguém perder tanto no carteado.

"Agora, se o cara perder uma conta desse tamanho, precisa ter no mínimo R$ 100 bilhões, você nunca pode comprometer mais de 2% ou 3% do seu dinheiro. Eu nunca vi alguém perder isso e para mim é burrice. Nunca gostei de jogar dinheiro ao vivo. Prefiro que tenha um milhão de pessoas jogando a R$ 1 do que duas pessoas jogando com R$ 500 mil", diz.

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