Jogador do Los Angeles Galaxy foi até o Príncipe William para salvar a candidatura inglesa
A Inglaterra mandou uma delegação que tem até um herdeiro da família real para tentar salvar a candidatura do país à Copa do Mundo de 2018. William, filho mais velho da Princesa Diana e do Príncipe Charles, chegou nesta terça-feira a Zurique, ao lado do primeiro-ministro David Cameron e do jogador David Beckham, na tentativa de, com lobby, levar o Mundial para o país depois de 52 anos.
A presença dos astros e do primeiro-ministro, de uma certa forma, serve de alento pelo descrédito que tomou conta da candidatura por parte da imprensa inglesa. Tudo por conta da reportagem publicada pela BBC na última segunda, na qual três membros do comitê executivo, entre eles o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, são acusados de terem recebido propina da empresa ISL. A empresa em questão faliu em 2001 em meio a polêmicas sobre subornos pagos em contratos de TV.
Antes disso, em outubro, o jornal inglês Daily Mail também denunciou um suposto esquema de troca de votos entre Espanha/Portugal, candidata a 2018, e Catar, na briga por 2022. Também partiu da imprensa inglesa a gravação de pedido de suborno que resultou nas quedas do nigeriano Amos Adamu e do taitiano Reynald Temarii, dois membros do comitê executivo que tinham direito a voto na escolha das sedes.
Tamanho acúmulo de denúncias partindo do país é visto nos bastidores como um tiro contra a candidatura. São pouco mais de 20 votos em disputa - o número exato não foi fornecido depois do afastamento de dois membros - e a voracidade da imprensa inglesa contra a entidade pode afastar quem está em dúvida.
O chefe da candidatura inglesa, Andy Anson, manifestou ao The Sun sua preocupação. "É claro que eu estou desapontado com tudo isso. É um pequeno grupo de 22 ou 23 eleitores. Se você fere um, isso pode ter impacto nos outros, isso é inevitável. Isso não nos faz ganhar votos".
Para piorar, os três votos da América do Sul já foram declarados para a candidatura de Portugal e Espanha. A tomada antecipada de posição de Ricardo Teixeira, Julio Grondona (presidente da Associação de Futebol Argentina) e Nicolás Leoz (presidente da Confederação Sul-Americana) também é vista como prejudicial à Inglaterra e pode ser interpretada até como motivação para o ataque da imprensa inglesa contra os sul-americanos.
Lobby
Para combater o quadro desfavorável, a Inglaterra aposta no poder de persuasão de cabos eleitorais que embarcaram nesta terça em um voo fretado da British Airways. Publicamente, os defensores da candidatura tentam passar confiança.
"Eu estou extremamente orgulhoso de voar para Zurique com representantes da candidatura da Inglaterra 2018, e de estar viajando com a esperança da nação neste avião", disse Beckham, referindo-se às mensagens escritas por ingleses no avião.
Sem perder tempo, o jogador já participou de uma clínica com garotos da escola Sekundarschule Liguster. Na quarta de manhã, deve manter a sua participação ativa antes da apresentação oficial da candidatura.
O escolhido para a sede da Copa 2018 será anunciado na tarde de quinta e, além de Portugal/Espanha, Rússia e Holanda/Bélgica também estão na briga.
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