Joel mexe bem e Botafogo busca empate pelo alto contra Palmeiras

  Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Jobson deu início à reação do Botafogo, que buscou empate com o Palmeiras em São Paulo

O Pacaembu se preparava para a segunda vitória palmeirense desde o retorno da Copa do Mundo, mas não contava com uma grande reação do Botafogo. Em confronto desta quinta-feira, os botafoguenses saíram atrás, mas fizeram duas vezes, alcançaram um 2 a 2 e levaram ponto importante para o Rio de Janeiro

A igualdade no placar frustrou os planos de Luiz Felipe Scolari em seu primeiro jogo como mandante à frente do Palmeiras nesse retorno. Se levasse a vitória, o Palmeiras ficaria a um ponto do G-4, mas encerra a rodada apenas em 10º lugar, com 13. Com o empate, o Botafogo consegue se distanciar um pouco de Grêmio e Vasco, que abrem a zona de rebaixamento com 10 pontos. O time de Joel Santana é agora o 15ºe tem 11.

Depois de um primeiro tempo quase todo muito morno, o Palmeiras pareceu incendiado por um troca de uniforme no intervalo. Vestido de verde-limão, abriu o marcador no primeiro minuto, com Marcos Assunção, e viu Kléber levantar a torcida já aos 11min, abrindo vantagem de 2 a 0.

Parecia a segunda vitória consecutiva no Pacaembu, mas duas trocas certeiras de Joel Santana reacenderam uma grande arma deste Botafogo. Pelo alto, em dois cruzamentos precisos de Marcelo Cordeiro, o alvinegro chegou ao empate em gols de Jobson e Edno.

Jobson, aliás, foi um dos principais personagens no Pacaembu. Foi contra o Palmeiras, na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2009, que ele fez gol e foi apanhado pelo doping - também falhara na contraprova em jogo com o Coritiba. De novo titular do Botafogo pela primeira vez desde então, o atacante foi um dos destaques da reação e ainda causou polêmica no fim.

Em jogada com Edinho, o atacante sambou à frente da marcação e foi repreendido por palmeirenses. Edno e Marcos Assunção se juntaram na discussão e o último foi expulso, junto com Jobson, por conta da confusão.

Vacilo palmeirense e reação do Botafogo no Pacaembu

Em seu reencontro com a torcida palmeirense, Felipão promoveu o retorno de Pablo Armero, cuja negociação com o futebol italiano fracassou, e precisou armar a zaga com Maurício Ramos e Edinho. Titulares na última semana, Danilo e Léo estavam suspensos. A defesa teve ainda o reforço de Marcos, enfim de volta após artroscopia no joelho.

Para tentar encerrar um jejum de seis jogos sem vitória, Joel Santana não teve a dupla de ataque titular, habitualmente formada por Herrera e Loco Abreu, à disposição. Com isso, apostou em um Botafogo com velocidade na frente, escalando Caio e Jobson, este pela primeira vez titular desde a suspensão por doping.

O Palmeiras, ao contrário dos últimos dois jogos, teve Márcio Araújo à esquerda do meio-campo, invertendo de lado com Marcos Assunção. Pierre ficou mais preso. A formação pouco diferente expôs uma equipe com dificuldades na armação, especialmente pela boa marcação a Kléber e Ewerthon, ambos muito apagados.

Com muita marcação no meio-campo, o Botafogo chegou primeiro. Em duas cobranças de falta da direita, Marcelo Cordeiro exigiu trabalho de Marcos. Pesado, Maurício Ramos teve dificuldades na marcação a Jobson, autor da jogada mais perigosa dos cariocas no primeiro tempo. Ele levou o zagueiro palmeirense e rolou para Caio, travado na marcação de Pierre.

Só perto do fim da etapa inicial é que o jogo esquentou. Em jogada individual, Ewerthon colocou entre as pernas do marcador e chegou livre, chutando fraco nas mãos de Jefferson. Repetindo o lance anterior, Jobson desceu pela esquerda e chutou fechado - a bola passou perto do travessão de Marcos.

Na última jogada da primeira etapa, Kléber conseguiu belo passe para Lincoln. Marcelo Cordeiro apareceu bem e afastou o perigo para os botafoguenses.

Para a segunda etapa, o Palmeiras teve uma novidade: os jogadores retornaram a campo com o uniforme número dois, agora com a camisa verde-limão, que foi relançado na última terça-feira. Como o Botafogo vestia preto, havia um conflito com o tradicional verde palmeirense.

A mudança deu sorte para o Palmeiras, que abriria o marcador no Pacaembu já no primeiro minuto. Em cobrança de falta perfeita, Marcos Assunção colocou a bola no ângulo de Jefferson, que se esticou todo e não conseguiu impedir o gol.

A vantagem no placar incendiou o bom público presente ao Pacaembu e também a equipe do Palmeiras, que aproveitou bem os espaços que o Botafogo começou a permitir em campo. Em contragolpe aos 6min, Lincoln passou por dois marcadores e assustou Jefferson em boa finalização. Logo depois foi a vez de Ewerthon receber em velocidade, passar por um botafoguense e exigir trabalho do goleiro.

Nessa altura, o segundo gol palmeirense parecia questão de tempo e aconteceu já aos 11min. Lincoln recuperou bola após passe errado de Fahel e lançou a Ewerthon na ponta direita. O atacante ainda hesitou, mas passou para Kléber, que fintou um marcador e anotou seu primeiro no retorno ao Palmeiras.

Bastante apático na frente, o Botafogo tentou uma reação com Edno no lugar de Fahel, fazendo a equipe abandonar a linha de três zagueiros. Logo depois, Joel Santana também buscou sangue novo na armação. Saiu Lúcio Flávio e entrou Renato Cajá.

Mais ofensivo, o time botafoguense foi premiado rapidamente após as trocas de Joel Santana. Mesmo sem tanto volume de jogo, chegou ao primeiro gol com Jobson, que usou a cabeça após belo cruzamento de Marcelo Cordeiro.

A jogada que descontou a diferença do placar mostrou o caminho que o Botafogo deveria tomar para chegar ao empate: utilizar as jogadas pela esquerda com Cordeiro e abusar das bolas alçadas na área. E foi exatamente o que aconteceu aos 33min, quando o lateral colocou a bola na cabeça do zagueiro Antônio Carlos, que cabeceou sem chances de defesa para Marcos e empatou o duelo.

O empate por 2 a 2 poderia satisfazer ao Botafogo, mas o time carioca seguiu no ataque incomodando a exposta defesa palmeirense. Jóbson, aos 38min, quase conseguiu a virada em um chute de dentro da área, mas Marcos conseguiu espalmar e salvar o Palmeiras, que, na frente, também encontrava dificuldades.

Felipão tentou sacar Lincoln e colocar o centroavante Tadeu, deixando o Palmeiras com três atacantes - além do jogador ex-Barueri, Kléber e o jovem Patrick (que entrou na vaga de Ewerthon) compunham o setor ofensivo. E a revelação alviverde quase marcou seu primeiro gol aos 41min com um chute potente, defendido por Jefferson.

Quando a placa sinalizando quatro minutos de acréscimo foram mostradas às arquibancadas, a torcida palmeirense tentou sua última cartada para incentivar o time, mas o apelo foi em vão. Nervosa nos minutos decisivos, a equipe alviverde não conseguiu chegar ao ataque e ainda viu Marcos Assunção se envolver em uma confusão com Jobson, e os dois atletas receberem o cartão vermelho de Alício Pena Júnior aos 47min.

O placar seguiu inalterado nos instantes decisivos, e o Palmeiras amargou o empate mesmo sendo mandante e depois de estar vencendo por dois gols de diferença até a metade do segundo tempo.

Os dois times voltam a jogar já no próximo domingo. O Palmeiras faz longa viagem até Fortaleza, onde pega o Ceará às 18h30 (de Brasília). No mesmo horário, o Botafogo tem clássico contra o Fluminense no Engenhão.

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