Brasil busca modelos e conta com 2016 para virar potência olímpica

  Foto: Sérgio Huoliver/RIO2016/Divulgação

Carlos Arthur Nuzman quer que Brasil seja elevado ao nível de potência olímpica em 2016

Nos anos 1970, durante o chamado "milagre econômico" brasileiro, ficou famosa a frase de um ministro do governo militar que comparou a divisão de renda com "a espera do bolo crescer para depois então dividi-lo". Filho de militar, nascido em Bento Gonçalves, Marcus Vinicius Freire, jogador de vôlei da geração de prata de 1984, hoje Superintendente Executivo de Esportes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), defende o trabalho de manutenção e melhoria do "bolo histórico" de esportes tradicionalmente vitoriosos nos Jogos Olímpicos, como judô, natação, atletismo, futebol e vôlei para então repartir as esperanças do pódio olímpico com outras modalidades.

"Nos últimos seis Jogos Olímpicos, tivemos nove modalidades ganhadoras de medalhas. Precisamos manter, claro, e, se possível, ganhar mais nesses esportes, mas nossa preocupação para 2016 é achar mais, novas modalidades para que cresça nosso resultado", diz Marcus Vinicius, que se formou em economia após deixar as quadras e trabalhou por 16 anos no ramo de seguros.

"Tem que pensar numa bolsa de ações. As modalidades que te dão resultado, que garantem seu dia a dia, têm que tratar com carinho. Mas também olhamos para frente. Pode (o esporte) não dar resultado na categoria adulta, mas dá no juvenil. Também olhamos a quantidade de medalhas em jogo. Boxe, tiro esportivo, têm mais de 50 provas em disputa".

"Marcão" é um dos homens de confiança de Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB desde 1995. Ele defende o sistema adotado logo após a Olimpíada de Pequim 2008, quando o Brasil disputou 41 finais (mais do que as 30 de Atenas-2004 e as 22 de Sydney-2000). No entanto, menos ouros, o que causou críticas pelos gastos no ciclo olímpico. Segundo Freire, o ciclo olímpico (2005-2008) permitiu US$ 200 milhões distribuídos pelo COB para confederações. Além do Pan de 2007 como "divisor de águas", o dirigente credita o desempenho brasileiro nos últimos jogos à Lei Agnelo-Piva, que transfere 2% das receitas de loterias federais ao COB.

"As pessoas dizem: 'Ah, mas não trouxe medalha'. Mas vai tentar ir para os Jogos. É complicado você chegar, ficar, conseguir o índice, ser finalista. Não é tão simples assim", diz ele, que ainda espera a aprovação de um orçamento extra para os esportes olímpicos e prefere ainda não fazer prognóstico da meta de medalhas para Londres-2012.

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